domingo, 11 de maio de 2008

Pacotinho

Cheguei há pouco de um plantãozinho de treze horas. Ontem já tinha feito doze. "Vendendo o corpinho", como diz uma amiga e colega de profissão. E foi um dia ótimo, mesmo trabalhando meio seqüeladinha de duas noites com menos horas de sono que o habitual (sou dorminhoca: 8-10 horas na cama me deixam inteiraça). Ontem, cheguei agitada em casa. Quando estou muito cansada, às vezes demoro um pouco a relaxar. Uma das coisas boas dessa profissão é que aprimorei a minha capacidade de lidar com o cansaço. Se vejo um lindo dia de sol, não consigo dormir o dia todo. Pego meu kit chimarrão, meu MP3 player e vou à Redenção. Nem que seja para desfalecer na grama, como aconteceu outro dia. "Carpe diem". Bom, hoje é dia das Mães e, obviamente, não pude almoçar com a minha. Sem "stress" - lá em casa o pessoal não é muito fanático por datas (ainda bem). Atendi muitas mães (e filhos) hoje. Ouvi algumas vezes a pergunta "A senhora é mãe?". Resposta: "Sim, tenho 3 filhos lindos peludos de quatro patas" - Rubinho, Japinha e Ritinha (meus três gatos, que moram com os "avós"). Minha mãe vive dizendo que o Rubinho ainda vai me processar por abandono de lar. Assuntos felinos à parte, em um dos intervalos, fui tomar um refri e tive a idéia de escrever uma postagem sobre outra lei da física: "dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço". Fiz uma analogia com sentimentos: dois não ocupam o mesmo espaço no coração. Pode parecer piegas, mas é verdade. Foi aí então que tive a idéia de fazer uma coisa que há horas tentava e não conseguia. O que foi, não vem ao caso. Um ato simbólico que representa a conseqüência de algo que aconteceu há poucos dias. Me senti tão bem - a música que ouço agora poderia ter sido a trilha sonora: "Rain Drops Keep Falling On My Head". Lindinha a letra. Transmite uma leveza como a que senti naquele momento. Voltei a trabalhar bem faceirinha. Por vezes, precisamos fazer algumas faxinas nas nossas cabeças. Como os dois sapatos que tirei do armário hoje para doar, por que não são mais adequados para mim. Estava faltando espaço para os meus novos, mais bonitos e confortáveis. Aliás, prezo demais este atributo. Proporcionar conforto não é prioridade apenas para os meus pés. É essencial à minha mente, sobretudo. Podemos escolher os que nos cercam, assim como nossos calçados. Não gosto de me estressar à toa. A presença de alguns seres é semelhante a um 38 apontado para a cabeça. E alguns, ainda mais sórdidos, se divertem brincando de "roleta-russa". Há quem goste. Transtorno de personalidade masoquista, provavelmente. Vem junto com o pacotinho da baixa auto-estima. Compra quem quer. Ah! Feliz dia das "Fabricantes" e aos seus bons "produtos"!

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