quinta-feira, 31 de julho de 2008

Música & Bom Ar



Sobre o que vou escrever? Não sei. Só sei que preciso. Começo então com um assunto mais ameno. Ontem, assisti ao filme "Som do Coração". Tinha sido recomendado por uma colega. Me identifiquei com o personagem piá, que ouve música em tudo ao seu redor constantemente. Não sou esquizofrênica, só para esclarecer. Apenas tenho uma ligação por demais forte com a música. Existem diversos músicos em minha família. Até tentei tocar violão quando tinha uns catorze anos, mas não levei adiante. Culpa do meu ouvido absoluto (Mozart?) - absolutamente surdo! Desse componente, tenho apenas o amor à música. Música tem um componente afetivo muito importante para mim. Gosto de diversas canções por que me trazem lembranças de momentos bons. Não há uma sequer que escute que não faça me lembrar de algo. Me remetem vivas, com cheiros, cores e tudo mais. "Eu dancei com você, divina dama, com o coração queimando em chamas". Essa linda canção do Chico é parte de um "regalo" que ganhei hoje. Acabei de descobrir nesse momento uma interpretada pela Elis (maravilhosa) no mesmo CD. Uma vez ouvi de um certo alguém: "Não gosto de músicas melancólicas". Bem coerente com quem a proferiu, mesmo. Ouço música conforme meu estado de espírito. Alegres nos dias felizes, emotivas nos dias sensíveis (não necessariamente tristes). Lembrei de um episódio quando estava por acabar a residência em Geriatria. Cada consulta era uma emoção, me despedindo dos meus queridos pacientes. Teve uma senhora que me marcou, em especial. Um dia, ela veio acompanhada de sua filha para falar comigo para me dar tchau, pois sabia que seria meu último mês trabalhando ali. Nossa, ela começou a me dizer tantas coisas lindas. Se lembrava da primeira frase que havia dito a ela no nosso primeiro encontro (elogiei seu óculos). Segurei as lágrimas até onde foi humanamente possível. Claro, já estava mais sensível por ser uma época de muitas despedidas. Um professor meu, quando me viu entrando com aquela cara indisfarçável de choro, me disse: "Pára de chorar, guria! Tá assim por quê? Tua vida só vai melhorar a partir de agora!". Realmente, a vida de médico residente é bem puxada. E olha que a minha nem foi das piores, por que sempre tive muito apoio dos meus pais. O que queria comentar com essa história, é que tenho dificuldade em entender por que algumas pessoas sentem tanta vergonha de chorar - ou sentem-se incomodadas com quem o faz . Sim, sou muito feliz. E expresso sorrindo - bastante, segundo quem convive comigo. Obviamente, vivemos em sociedade e nem em todas as situações podemos exprimir tão claramente nossos sentimentos. "Por que vamos chorando, se nossos cicerones são aves cantando?" - achei a trilha sonora desta postagem. Retomando, após uma breve fuga de idéias. Tento entender por que alguém manda outra pessoa parar de chorar (salvo em momentos histéricos - confesso que tenho certa dificuldade em lidar com esse tipo de personalidade). Quando me falam para parar de rir, até entendo - meu botão de volume não funciona direito (risos). Bem, na forma como tudo funciona atualmente, não é tão difícil assim de compreender. É mais ou menos como aquele vizinho que não paga o condomínio e tem um carrão na garagem. Aparências - mantê-las, acima de tudo. Demonstrar fragilidade não significa fraqueza. Fortes são aqueles que tiram o lixo debaixo do tapete e o expõe - para serem removidos (reciclados?). Mis alfombres tienem bueno olor... ?Y suyos? Colocar Bom Ar nos sapatos não vale. O importante é manter os pés limpos... Buenas noches!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

CÂEZINHOS (LINDOS!) PARA ADOÇÂO - 2


ADOÇÃO URGENTE (Porto Alegre e Região Metropolitana)

Genoveva e seus filhotes

Essa mamãe e seus lindos bebês tiveram a infelicidade de nascer em uma obra. A obra foi entregue e os novos donos deram uma semana para tirá-los de lá ou serão despejados no canil municipal... Aí, infelizmente, todos sabemos o que irá acontecer...

São 6 meninas e 3 meninos. Serão de porte médio/grande, ideais para quem tem casa. Serão ótimos para guarda e companhia, assim como sua mamãe.

Vamos nos mobilizar para tirá-los de lá. Se cada um adotar ou se responsabilizar por um até que seja adotado, conseguiremos salvá-los.
Todos terão castração garantida a baixo custo.

Se você não tiver como adotar, ajude repassando a seus contatos em Porto Alegre (especialmente veterinários, clínicas, quem gosta de bichos... etc)

Contato:
com Mari - Fones (51) 3207.6501 ou 9954.0245
ou pelo e-mail: marisgrillo@terra.com.br

terça-feira, 29 de julho de 2008

What Will Matter


Taí a "Beth's Translation Tabajara".

Um ótimo dia a todos!


by Michael Josephson
used with permission of the author


Ready or not, some day it will all come to an end.
Preparado ou não, um dia tudo chegará ao fim.

There will be no more sunrises, no minutes, hours or days.
Não haverão mais nasceres do sol (tá certo?), minutos, horas ou dias.

All the things you collected, whether treasured or forgotten will pass to someone else.
Todas as coisas que adquiriu, preservadas ou esquecidas, serão passadas adiante.

Your wealth, fame and temporal power will shrivel to irrelevance.
Sua riqueza, fama e poder tornar-se-ão irrelevantes.

It will not matter what you owned or what you were owed.
Não importarão sua riqueza ou dívidas.

Your grudges, resentments, frustrations and jealousies will finally disappear.
Seus rancores, ressentimentos, frustrações e ciúmes finalmente desaparecerão.

So too, your hopes, ambitions, plans and to-do lists will expire.
Assim como suas esperanças, ambições, planos e lista de afazeres tornar-se-ão proscritas.

The wins and losses that once seemed so important will fade away.
As vitórias e perdas que um dia pareceram tão importantes irão desaparecer.

It won't matter where you came from or what side of the tracks you lived on at the end.
No final, não importará sua origem ou lado da redondeza em que viveu.

It won't matter whether you were beautiful or brilliant. Even your gender and skin color will be irrelevant.
Não importará se você foi bonito ou brilhante. Mesmo seu gênero e cor da pele serão irrelevantes.

So what will matter??
Então, o que importará??

How will the value of your days be measured?
Como será medido o valor de seus dias?

What will matter is not what you bought but what you built, not what you got but what you gave.
O que importará não será o que adquiriu, mas o que construiu; não o que obteve e sim o que doou.

What will matter is not your success but your significance.
O que importará não será seu sucesso, mas sua significãncia.

What will matter is not what you learned but what you taught.
O que importará não será o que aprendeu, mas o que ensinou.

What will matter is every act of integrity, compassion, courage, or sacrifice that enriched, empowered or encouraged others to emulate your example.
O que importará será cada ato de integridade, compaixão, coragem ou sacrifício que enriqueceram, fortificaram ou encorajaram outros a seguirem seu exemplo.

What will matter is not your competence but your character.
O que importará não será sua competência, mas seu caráter.

What will matter is not how many people you knew, but how many will feel a lasting loss when your gone.
O que importará não será o número de pessoas que conheceu, mas quantas sentirão sua falta por um longo tempo quando partir.

What will matter is not your memories but the memories that live in those who loved you.
O que importará não serão suas memórias, mas a lembrança que viverá naqueles que o amaram.

What will matter is how long you will be remembered, by whom and for what.
O que importará será por quanto será lembrado, por quem e por quê.


Living a life that matters doesn't happen by accident.
It's not a matter of circumstance but of choice.
Viver uma vida que vale a pena não acontece por acidente.
Não é uma questão de circunstância, mas de ESCOLHA.


Choose to live a life that matters.
Escolha uma vida que valha a pena.

Medo


"A vida é maravilhosa se não se tem medo dela" - Charles Chaplin.

Procurava uma nova frase de abertura para o blog, quando me deparei com esses dizeres. Eis que surge uma idéia de postagem. Discorrer algo sobre o medo. Indiretamente, já falei dele diversas vezes aqui no blog. Sempre lembro daqueles dizeres "Podemos escolher pegar a faca pelo cabo ou pela lâmina". Muito interessante. Tudo oferece algum tipo de risco e somos constantemente postos à prova. Com o medo, é a mesma coisa: pode nos estimular ou nos limitar. Em excesso ou ausência, pode nos ser muito prejudicial. Que os digam os psiquiatras - enchem os bolsos tratando dos extremos. É claro que é protetor, também - óbvio. E, paradoxalmente, repele e atrai ao mesmo tempo. Até pagamos para sentí-lo, como no risco calculado de uma montanha-russa, por exemplo. O medo e a dor guardam muitas semelhanças. Vejam só: se não sentíssemos dor, nos machucaríamos sem perceber, colocando-nos em risco. Existe um tipo de dor chamada "alodínia". Trata-se de uma sensação de dor desencadeada por um estímulo normalmente não doloroso - como um leve toque. Fobias são medos alodínicos. Falta de medo é...hanseníase (lepra - lembram-se daquele comercial em que a mulher queimava o braço no fogão e não sentia?). Bem, os caras do "Jackass" ganham a vida com esse "talento" (parafuso frouxo?). Acho que a nossa percepção do medo tem bastante a ver com o modo que somos criados. É claro que uma criança que cresce em um ambiente onde lhe proporcionam segurança, tenderá a ser mais corajosa. Pais despreparados nunca deixarão os terapeutas desempregados. Sem falar na danada da inescapável genética. Interessante a forma como os filmes de terror exploram isso. Fobia de aranhas, de répteis (sem piadinhas de duplo sentido, por favor...) e outras coisas frias, pegajosas...Bah, lembrei de uma cena da minha infância, em que meu pai pegou uma lagartixa para mostrar para mim e para o meu irmão:"Olhem a boquinha dela - não têm dentes. E ela come mosquitos!". Como sempre fui muito alérgica a insetos, logo simpatizei com aquele bichinho (tinha uma bem grande e gorda que sempre dava o ar da graça no meu quarto ao anoitecer). Quanto a filmes de terror, dois conseguiram me assustar de verdade até hoje: a sequência "Jogos Mortais" e "O Exorcista". Tinha medo do "Poltergeist" quando era pequena, mas assisti assim mesmo. Agora que estou crescidinha, temo coisas plausíveis: que o Lula se reeleja, de não poder mais trabalhar...Tenho medo da minha própria espontaneidade, também. Um dia, brinquei com uma amiga: "Putz! Às vezes me sinto como se estivesse pelada no meio do Maracanã!". O medo de deixar de ser eu me impede de mudar. "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é", já diria Caetano (se eu não me engano).
"Lo que tenga que ser, que sea" - trecho de uma música que estou ouvindo agora.

Buenas noches!

sábado, 26 de julho de 2008

Redenção



Foto tirada na semana passada na Redenção. Perspectiva: deitada em um banco (tomando um solzinho). É de momentos singelos e bonitos que consiste a vida, não é mesmo?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

"Blogger Salvator Tabajara"


Fui tomar um café com uma amiga muito querida dos tempos da residência. "A minha amiga mais ajuizada", segundo as palavras da minha mãe. Sempre nos demos extremammente bem. Um ser humano maravilhoso e uma grande profissional - daquele tipo de pessoa que pode-se indicar de olhos fechados. Engraçado que nós duas somos muito diferentes em diversas coisas. Ela tem uma vida bem tranquila. Um pouquinho mais velha do que eu, é muito bem casada e já começa a pensar em ter filhos. Quando estávamos tristes por alguma razão, a gente só se olhava e dizia "Vamos tomar um café?". Acho que talvez ela nem dimensione a importância daqueles momentos para mim. Fazíamos nosso intervalo ao ar livre. Aliás, gosto de ficar em locais abertos sempre que posso, mesmo que esteja bem frio. Aquelas luzes fluorescentes de hospital têm um limite de tolerância para mim. Bem, retomando. Conversava com a minha amiga sobre a tomada de decisões. Li uma frase bacana outro dia: "Têm duas coisas das quais não podemos escapar: de morrer e de fazer escolhas". Disse a ela do quanto tempo que gastamos refletindo para, no final, acontecer tudo diferente do que planejávamos inicialmente. Não que seja tempo desperdiçado. O diferencial é a energia que dispendemos ao fazê-lo. Bah, falando assim, até parece que sou ultra zen. Citei uma frase do Buda. A transcreverei "ipsis litteris" - direto do túnel do tempo (agenda "aborrescente" de 1996): "Não corras atrás do passado/Não busques o futuro/O passado passou/O futuro, ainda não chegou/Vê, claramente, diante de ti o agora/Quando o tiveres encontrado/Viverás o tranquilo e imperturbável estado mental". Fácil na teoria. Na prática, nem tanto. Pausa para um momento verdade: estou levemente irritada neste momento com o "salvamento automático" do blogger, que acabou de me deixar na mão. Estou resgatando o texto da minha mente...Afff! Bem, se o Alemão (Alzheimer) me permitir, consigo terminá-lo e contrariar aquela sina de deixar textos pela metade. Havia comentado da busca do equilíbrio, já que a inquietação é benéfica e pode nos salvar da tentação da acomodação. Diversas pessoas já me disseram que sou hiperativa - levando essas opiniões em consideração, ando pensando seriamente em fazer Yoga (se eu conseguir, é claro). Outra forma de canalizar a minha energia - a mental, ao menos - é escrever neste blog. Energia bem direcionada é algo muito positivo. Lembrei do Cazuza, que viveu (e morreu) os dois lados da moeda. Criou coisas lindas - e se detonou, também. Vale a pena ler "Só As Mães São Felizes", mesmo para quem não curte seu trabalho. Eu adoro. Reconheço que a voz dele não tinha nada demais - déficit superado pela sua personalidade marcante, que transparecia no seu jeito de cantar (poesia pura). Vou encerrar esse papo com uma citação do Shakespeare: "Quem faz uso imoderado da espora, acaba por matar a montaria". Perfeita, né?

Obs: essa postagem é a primeira que deixo pela metade e consigo terminar (horário real de publicação: 6:15). A figura que a ilustra é a "culpada", mas valeu o trabalho. Quem foi menina nos anos 80, vai lembrar da coleção de figurinhas "Bem-Me-Quer". Se meu blog tivesse uma capa, já estaria escolhida. Tem até um gatinho ao lado da guriazinha...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Idosos do Asilo Padre Cacique - por Daniel Marenco

Hoje achei muita graça dos meus colegas de espanhol acharem que sou bem mais nova do que meus atuais vinte e nove anos. Um chegou a dizer que achava que eu tinha uns vinte anos - e botou a "culpa" no meu All Star. O outro disse que é "por que estou sempre rindo". Bem, nos meus tempos de faculdade, achava que iria chegar em um certo ponto em que teria que me vestir de "x" ou "y" maneira. Confesso que, de alguns tempos para cá, tenho andado mais preocupada com isso sim - até por que o meu momento de vida está permitindo isso. Porém, o melhor é que percebi que não preciso abrir mão do meu estilo em prol de uma suposta "sobriedade" que talvez deva transmitir pelas minhas vestimentas. Fiquei bastante feliz quando conheci um colega médico, excelente profissional (e pessoa também - indissociável) que costuma calçar-se com tênis. Ele gosta de Adidas (marca que curto bastante) e é cheio de estilo. Também atribuo meu "insight" ao convívio com os idosos, por que eles me ensinaram que o corpo pode envelhecer, mas que não necessariamente acontece o mesmo com as suas idéias. Como diz mais ou menos naquele vídeo do Chaves, "existem jovens de oitenta e tantos anos e velhos de apenas vinte e seis".
Em homenagem à terceira idade, com a qual tenho o privilégio de atuar, quero mostrar a vocês o lindo trabalho do talentoso fotógrafo Daniel Marenco (ZH), que clicou os idosos do Asilo Padre Cacique com extrema sensibilidade e bom gosto:

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

http://provacontato.blogspot.com/2008/07/apc.html

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

terça-feira, 22 de julho de 2008

Volver - Carlos Gardel

Hoje ouvi a palavra "volver" na aula de espanhol e imediatamente me lembrei desse tango maravilhoso. Fiquei cantarolando-o mentalmente desde então. Recomendo escutá-la de olhos cerrados, por que tango é algo a ser sentido...
Compartilho meu momento piegas com vocês, então.

Yo adivino el parpadeo
De las luces que a lo lejos
Van marcando mi retorno...
Son las mismas que alumbraron
Con sus palidos reflejos
Hondas horas de dolor..

Y aunque no quise el regreso,
Siempre se vuelve al primer amor..
La vieja calle donde el eco dijo
Tuya es su vida, tuyo es su querer,
Bajo el burlon mirar de las estrellas
Que con indiferencia hoy me ven volver...

Volver... con la frente marchita,
Las nieves del tiempo platearon mi sien...
Sentir... que es un soplo la vida,
Que veinte años no es nada,
Que febril la mirada, errante en las sombras,
Te busca y te nombra.
Vivir... con el alma aferrada
A un dulce recuerdo
Que lloro otra vez...

Tengo miedo del encuentro
Con el pasado que vuelve
A enfrentarse con mi vida...
Tengo miedo de las noches
Que pobladas de recuerdos
Encadenan mi soñar...

Pero el viajero que huye
Tarde o temprano detiene su andar...
Y aunque el olvido, que todo destruye,
Haya matado mi vieja ilusion,
Guardo escondida una esperanza humilde
Que es toda la fortuna de mi corazón.

Volver... con la frente marchita,
Las nieves del tiempo platearon mi sien...
Sentir... que es un soplo la vida,
Que veinte años no es nada,
Que febril la mirada, errante en las sombras,
Te busca y te nombra.
Vivir... con el alma aferrada
A un dulce recuerdo
Que lloro otra vez...



segunda-feira, 21 de julho de 2008

"Efeito Clark Kent"


Não é todo dia que estou inspiradíssima para escrever, mas sinto que devo fazê-lo hoje. Estou bastante cansada. Quase que enforquei a aula de espanhol...aí bateu aquele peso na consciência (bolso?) antecipado e me tirei do sofá - mais ou menos como aquela cena do filme "Eu, Eu Mesmo e Irene" (sim, é abobado - mas eu a-do-ro), quando o personagem do Jim Carrey, que sofria de dupla personalidade, se tirava à força de dentro do carro para "ambos" brigarem. Vi uma cena muito fofa quando me dirigia ao meu carro para ir ao curso. Um cachorrinho Bichon Frisé (é parecido com um Poddle - arghhhh! Só que tem bochechas salientes e um temperamento bem mais agradável). O bicho "empacou" e não obedecia ao comando de prosseguir. Explicação de sua dona: "O fulaninho adora vento no rosto - parou para sentí-lo!". E não é que eu vi a expressão do totó e parecia algo como um sorriso canino??? Eu achei graça por que mesmo em dias frios, abro a janela do carro para apreciar essa sensação. Dizem que em cada pessoa predomina um sentido. Bah, tentei pensar no mais acentuado em mim e ficou difícil. Cada um proporciona prazeres em diversos graus, conforme o humor e o momento. Já mencionei algo aqui sobre o filme "Cidade dos Anjos". Tenho o DVD e já o assisti inúmeras vezes. As melhores cenas são quando o personagem do Nicholas Cage está descobrindo as sensações após ter se tornado mortal. E mudando de assunto, mas nem tanto, hoje comi um almoço de-li-ci-o-so (obrigada pai e mãe). Paladar - ô sentido danado de bom esse. Se eu fosse comer proporcionalmente ao meu apetite, seria uma obesa mórbida (risos). Ah, agora que eu citei pelo menos 2 sentidos, vou ter que falar sobre mais um: a visão. Por que têm coisas que atraem nosso olhar como um legítimo ímã (clichezinho básico)? Ri de mim mesma (mim não rir?) quando passeava no súper hoje e passou um moço de óculos. Não, não era nenhum "Adônis"... Entretanto, foi simplesmente im-pos-sí-vel não olhar. É o famoso "conjunto da obra". Dei uma segunda espiadinha e tentei imaginar o rapaz sem óculos e pensei "Que sem-graça!". "Efeito Clark Kent" vou chamar isso a partir de agora. É mais ou menos como o "Efeito Pitanguy" do álcool - a percepção do grau de beleza alheia é diretamente proporcional ao nível etílico no sangue (e vice-versa) do observador. A minha versão do "sapatinho de cristal" seria o "tenisinho de cristal". Explicando melhor: um homem calçando um "All Star" se torna tão magnético quanto um usando "gafas" (*). São extremamente interessantes essas preferências pessoais - vulgo "gostos". Provavelmente são paradigmas baseados em vivências remotas (ou nem tanto) da qual temos até dificuldade em identificá-las conscientemente. Isso tudo é complexo por demais... Melhor deixar para aquele senhor de olhar profundo que achava que tudo tinha a ver com sexo...

(*)óculos

domingo, 20 de julho de 2008

Stand By Me (trailer)

"Trailer" do filme "Conta Comigo".
Não achei com legendas em português, mas a história retrata bem como surgem e se consolidam as verdadeiras amizades.
Não pude deixar de homenagear meus amigos no dia de hoje. Tenho em mim uma parte de cada um deles - e sou muito grata por isso.

Um beijo e um abraço bem apertado em cada um dos meus queridos amigos.
Dividir minha vida com vocês é um privilégio.

Obrigada!

Amo vocês!

sábado, 19 de julho de 2008

Marisa Monte - Gentileza

Achei este vídeo no You Tube buscando a palavra "gentileza".
Essa música caiu como uma luva. Pequenos gestos têm poder de fazer muito bem - senti isso nitidamente hoje.
"Sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem oferece rosas".

Um belo dia a todos!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sex and The City # 1


Cheguei em casa exatamente às 2:15. Morta de fome, após uma noite maravilhosa de papo com grandes amigas. Senti nitidamente hoje a diferença no trânsito que a "lei seca" gerou. Invariavelmente, levo algum susto dirigindo de volta para casa nas minhas incursões na noite Porto Alegrense. Além de ter conduzido sem nem um pinguinho de adrenalina (muito menos de álcool), a redução no número de carros circulantes foi nítida. Sim, eu continuo sentindo falta daquela minha passadinha de fim de plantão para tomar uma Patricia long neck com um quiche de frango em um barzinho da Cidade Baixa. Sim, UMA cerveja de 350ml. O consumo moderado de bebidas alcoólicas é possível para uma minoria de reais apreciadores. Tudo bem, confesso que tenho uma certa dificuldade de moderar quando se trata de vinho tinto, que eu adoro. Bem, já falei sobre isso aqui e não vou entrar novamente no mérito da questão. Se o saldo está sendo positivo, é o que importa. Trocando de assunto, a nossa confraria estava excelente, como sempre. Com ou sem álcool, demos boas risadas - e fizemos reflexões sobre a vida, é claro. Somente eu e mais uma amiga do grupo ainda não assistimos ao filme "Sex and The City". A série em si, em verdade, nunca despertou tanto assim a minha atenção - me parecia um tanto estereotipada e até caricata. Mas me falaram tão bem dele que tenho que assistir - nem que seja para comentar, apenas. Sóbria, soltei a frase "Mas B., na verdade, ainda somos todas como Leila Diniz de biquíni na praia!". Meu complemento agora seria que talvez sejam barrigas de cerveja, já que a maternidade é voluntariamente postergada pela maioria de nós (risos). O que quis dizer com isso é que as barreiras culturais permanecem fortes. Não quero aqui defender as mulheres, por que feminismo barato é um saco. Consigo ver (e empatizar com) as dificuldades masculinas também (vide postagem "Macho"). Penso que as relações humanas são complexas em todos os seus diferentes prismas/perspectivas. Na época em que me prestava a assinar revistas ditas "femininas", lembro de ter lido umas quantas matérias sobre como os homens se sentem perdidos "no seu papel" (seja lá que diabos isso signifique). Há algum tempo, percebo que muitas mulheres se sentem assim. Aliás, um dia desses, conversava com uma amiga sobre o assunto, quando ela me contou que a Martha Medeiros escreveu sobre o tema recentemente (aproveitou o gancho do filme supracitado). Eu não li propositadamente o texto da Martha (que adoro), por que não queria influência sobre um eventual comentário a ser escrito por mim. Bah, nem quero cair no lugar comum de dizer que os homens se intimidam com mulheres de "x" perfil. Homens e mulheres são capazes de se intimidar mutuamente. Eu quero apenas fazer algumas colocações a respeito. Perceberam como eu estou enrolando? Medo de me expor? É, pode ser sim, mas vamos lá (afff!). Procurarei ser o menos sexista humanamente possível para uma mulher. Vamos lá, então. "Pessoas" querem "pessoas" independentes - em tese, pelo menos. Não me refiro somente ao aspecto financeiro mas, sobretudo, ao emocional. Tenho uma outra amiga que certa vez ouviu de um (atual ex) namorado: "Tenho a impressão de que se eu terminar contigo, talvez fiques triste por alguns dias, mas retomarás tua vida normal, com certeza. Se fizesses isso comigo, minha vida estaria acabada". Me lembrei do que aconteceu com a atriz Ana Paula Arósio. Há alguns anos, o seu então noivo se matou (na sua frente) após o término do relacionamento. Bem, retomando. Minha sensata amiga endossou a colocação proferida em relação A ELA - obviamente. Conseguiram pensar em alguém que se sentiria pouco amado com a resposta dela? Relacionamentos patológicos privilegiam a dependência - e há quem considere normal essa postura. Outra coisa que me irrita bastante é a frase "Quero alguém que me complete". Eu nasci completinha, com tudo no lugar (inclusive a cabeça), como mais de 95% da humanidade (estatística fictícia). "Complementar" soa bem melhor aos meus ouvidos (também os tenho em perfeitas condições). A sirene da auto-crítica soou agora: "Será que este texto pode parecer intimidatório?". Sempre quando escrevo, procuro fazê-lo com bastante cuidado. Cada um pode interpretar como quiser e, obviamente, corro o risco de ser mal compreendida. Na verdade, faz algum tempo, ouvi de um amigo "Tu já te apaixonaste bastante, né Beth? Quem me conhece superficialmente, pode ter essa impressão ao ler meus textos. Deixem-me explicar, então. Existe uma imensa diferença entre entusiasmar-se e apaixonar-se. Devido ao meu otimismo, tendo a realçar os aspectos positivos em tudo o que vejo (por que "ver" é diferente de "enxergar" - lembram-se?). Não deixa de ser uma coisa boa, se bem dosada. Conquistar pessoas é extremamente fácil. A resposta natural do alvo da investida bem sucedida é o entusiamo. Apaixonar-se é um processo bem mais complexo e não é despertado no outro num estalar de dedos.
Para concluir, quero me desculpar com meus amigos pela ausência de resposta a alguns e-mails recebidos nos últimos dias. Pode me faltar tempo, porém, nunca gentileza/educação. Boa viagem e um grande abraço ao amigo que perambula pelo Canadá neste momento e um beijo para a minha amiga de Passo Fundo que vem a Porto Alegre e não me liga (puxão-de-orelha virtual prá ti)!.

Obs: TPM gera textos contundentes em mulheres sensatas e histeria nas desequilibradas (risos).

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Children See, Children Do

Nossa, é tanto assunto atrasado que nem sei se vai caber tudo numa postagem só. Estava sem cabeça para escrever ontem, então nem tentei. Já falei aqui daquele meu problema com textos inacabados (sempre os deixo pela metade).
Acabei de chegar da aula de espanhol. Muito bom! Como faz bem aprender coisas novas - e se forem além de úteis, agradáveis, melhor ainda. A idéia inicial de cursar pela manhã foi por água abaixo, pois não conseguiram número suficiente de alunos para formar uma turma nesse horário. Gostei que o grupo em que fiquei é bem eclético: tem uma engenheira de alimentos, duas enfermeiras, um fotógrafo e dois guris que acho que são engenheiros. A professora é uma senhora chilena muito querida. Me senti a "coroa" quando ela falou no Paco de Lucia e só eu conhecia. E por falar em aula, tinha me esquecido do quanto é custoso permanecer quieta, sentada e prestando atenção em algo por um tempo longo. Nada a ver com a professora - ela é ótima. Eu é que tenho déficit de atenção mesmo. O curso é intensivo, com duas semanas de duração. Achei perfeito, por que o grande volume de informações me obriga a prestar atenção e algo mais dinâmico combina bem comigo. Ao longo destas duas semanas vou fazer uma imersão em espanhol - ouvir ainda mais músicas nessa língua (estou ouvindo nesse momento "Podernos Hacernos Daños"- Juanes) e assistir a filmes e noticiários. Vou na locadora amanhã em busca dos filmes do Almodóvar que ainda não vi - que sacrifício!
Quanto ao fim-de-semana, foi de bastante trabalho. Ontem aconteceu uma coisa muito engraçada. Tinha acabado de contar aos auxiliares de enfermagem (duas pessoas maravilhosas e competentes, por sinal), que havia feito 3 anos de Taekwondo e um ano de Jiu-Jitsu. Eles acharam que eu estava brincando. Foi aí que eu chamei o próximo paciente e, para minha surpresa, era um ex-colega de Jiu Jitsu! Já estava casado e com filhos (como essa gente se reproduz cedo!). Ah! Achei um gancho para outro assunto. A mãe desse rapaz ficou encantada de eu estar tão bem humorada àquela altura do plantão. Quando ela saiu do consultório, ouvi ela dizer para uma senhora "A doutora que atendeu o "fulano" é a coisa mais queriiidaaa!". Não estou contando isso para "me atirar confete" - isso eu deixo para o Caetano Velloso e o Liam Gallagher (do Oasis). É que eu lembrei de uma conversa que tive na Redenção sábado com um conhecido (aquele amigo do amigo do amigo). Ele me contou das suas diversas experiências negativas em consultas médicas (como paciente - ele é publicitário e músico). Desde o que não o examinou até o que foi extremamente grosseiro. Lamentável. Alguns tentam justificar atitudes como essas com cansaço gerado pela carga horária excessiva e más condições de trabalho. Eu penso que nada disso serve como desculpa. É um comportamento inaceitável e ponto final. No meu plantão de domingo, presenciei o outro lado da moeda. Uma colega de outra especialidade foi agredida fisicamente por um paciente. Não sei exatamente em que circunstâncias foi o episódio, porém, fiquei muito triste ao saber. O desrespeito não ocorre como uma via de duas mãos somente na relação médico-paciente. Ele é generalizado. No mais recente congresso de geriatria que ocorreu na PUCRS, uma moça que fazia parte da organização (desorganização?) disse que havia sido ofendida diversas vezes por não deixar entrar mais pessoas em um dos auditórios, que já havia excedido sua lotação. Como se ela tivesse culpa pela falta de planejamento dos organizadores...A grosseria denota burrice. E uma ignorância prepotente, por que dificilmente ela ocorreria se a referida funcionária estivesse hierarquicamente acima do seu agressor. A consideração deveria ser uma linha horizontal, independente do "status" social ou econômico. Além de indicar a limitação de quem a comete, a falta de educação torna tudo mais difícil. Um sorriso, um "por favor"/"obrigado" - coisas que nossos pais nos ensinam, deveriam ser uma constante no trato com todos. Uma ressalva: estudos provam que aprendemos muito mais com o que vemos com o que escutamos. Procurar dar o exemplo - sempre. Lembrei de um vídeo que me mandaram: "Children See, Children Do" - vou postá-lo, para que vocês possam assisti-lo. E para finalizar, um trecho de uma música do Jack Johnson: "She knows the world is just her stage...so, she'll never misbehave"...Almost never - é errando que se aprende, não é mesmo?

Gremlins

Momento nostalgia do blog. Quem não quis ter um "Gizmo" como bichinho de estimação?
Cheguei faz pouquinho do trabalho. Aconteceram muitas coisas legais ao longo do fim-de-semana, que certamente renderão uma boa postagem amanhã.
Agora é hora de relaxar com um bom banho quente e dormir um belo sono - tô precisando...
Boa noite e uma ótima semana a todos!

sábado, 12 de julho de 2008

CÂEZINHOS (LINDOS!) PARA ADOÇÂO






Somos uma família abandonada (mãe, filhote fêmea - branca e preto e filhote macho - preto e caramelo). Fomos largados em Eldorado do Sul e um senhor bondoso nos recolheu e nos colocou em um sítio que os donos não tem aparecido - fica do lado do sítio que ele cuida. Ficamos lá no porão.
Quando nossa dinda foi alimentar outros cães que ficam pela rua, ele contou para ela que está nos ajudando também. Nos deu vacina, remédio para vermes e mantém nossa ração. Mas não podemos ficar muito tempo ali, porque pode aparecer o dono do sítio e o caseiro dele já tem reclamado da nossa presença. Sempre pergunta quando vamos ser levados dali.
A mãe, ao que parece, é uma lingüiçinha (talvez tenha mistura com fox). Será entregue castrada e tem uns 4 quilos. Os filhotes vão ser um pouco maiores. Têm perninhas mais compridas. Hoje estão com 2 quilos e com cerca de 4 meses. Também garanto a castração deles. Posso entregá-los em Porto Alegre ou grande Porto Alegre.

Interessados na adoção contatar com:
Angelita
9961-5608
3214-9223 ou 3214-9224 à tarde
e-mail: andjimenez@terra.com.br

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Rotina


Nunca pensei que um dia essas palavras sairiam da minha boca, mas tenho sentido falta de ter uma rotina. Engraçado que pelo menos os últimos 9 anos da minha vida (sem contar época de colégio e cursinho) consistiram de pura rotina. Nos últimos 3 anos, então, nem se fala - me refiro ao aspecto profissional. Estou numa fase em que estou à espera de algumas definições. Enquanto isso,tenho ocupado predominantemente os fins de semana com plantões. Ainda bem que não faltam idosos nas emergências, para eu matar as saudades de atendê-los. Um dia desses,uma senhora me disse "Vou rezar para conseguires Unimed, minha filha!". Agradeci muito àquela coisa fofa de oitenta e seis anos. Ah! Retomando a história de ter horários, acabei de ligar para o curso de espanhol e descobri que minhas aulas vão de fato iniciar na segunda-feira. Vão ser pela manhã - escolhi esse horário propositadamente, para que o meu dia possa render mais. No final de julho, começo um curso "online" de cuidados paliativos em espanhol - ainda bem que tenho uma amigona fluente nessa língua para me dar uma mãozinha. Entender é tranquilo - o escrever é que é mais complicado.
Mudando do saco para a mala, estou ouvindo nesse instante músicas da Madonna no "site" wwww.kboing.com.br. Aliás, ele é ótimo para quem gosta de ouvir aquelas músicas saídas "do fundo do baú". Estou escutando "Spanish Eyes". Ela me trouxe uma lembrança de ouvi-la quando tinha doze anos - sabia cantar o disco "Like A Prayer" de cabo a rabo. E a dicção dela é excelente - ótima para aprender inglês. A Madonna é uma grande personalidade. Gostando ou não do seu trabalho, deve-se reconhecer que ela é antes de tudo uma empresária que sempre soube como administrar a própria carreira. Quantos astros dos anos 80 sobrevivem até hoje? Claro que a Madonna também teve a sorte de ser uma mulher arrojada (ou marqueteira mesmo - tenho minhas dúvidas) que despontou em uma época em que suas atitudes foram consideradas transgressoras. Um dia desses, vi uma foto dela em uma revista beijando a "Birutney" Spears e a minha única reação foi "Éééééécaaaa, beijar a Britney seria de mau gosto até para uma lésbica!!!". A Britney quer ser a Madonna, mas...Coitada! Ela é realmente uma doente psiquiátrica. Me lembro de uma foto que vi dela, de cabelo raspado e com cara de transtornada - ninguém simularia com tanta perfeição aquele semblante. Parece que ela está melhor agora - tomara que continue tomando certinho suas medicações e se mantenha assim. Trocando de assunto mais uma vez - fuga de idéias pouca é bobagem. Estou com pródromos de gripe desde ontem. Uma dorzinha na garganta e mialgias (dores musculares). E daqui a pouquinho tenho que me arrumar para ir trabalhar - há de ser um plantão tranquilo. Se Deus ajuda quem cedo madruga, eu estou fer-ra-da (risos)...

terça-feira, 8 de julho de 2008

Resiliência X Resignação


Estou aproveitando o aconchego do meu lar neste exato momento. Acabou hoje minha jornada de plantões. Coisa boa curtir a casa da gente...
Bem, quanto àquele desejo de comer salmão, não foi satisfeito. Acabei apelando para uma tele-entrega de algo mais trivial e igualmente delicioso (pizza). Bah, me controlo um monte para não comer coisas empanturrantes nos plantões. Muito fácil cair naquela armadilha: "Trabalhei demais hoje, então mereço comer bem" - ou seja, gratificar-se com comida. Qualquer ser humano faz isso. O que faz a diferença é a frequência com que ocorre.
Ontem no plantão fiz um atendimento que mexeu bastante comigo. Atendi um rapaz por volta dos seus dezessete anos (acompanhado pela mãe) que estava em tratamento de um câncer. O tipo específico não importa. O que me chamou a atenção foi a ligação entre os dois. Meses antes, a mãe dele também recebeu um diagnóstico de um outro tipo de tumor maligno - e estava recém se recuperando de todo o processo. Quando saíram da sala, abraçados de uma forma muito terna, fechei a porta e pensei "ISSO é que é problema!". Como as pessoas de modo geral a-do-ram se queixar! Lembrei de uma frase do Arnaldo Jabor (obrigada, Nanica): "Quem dorme, come, tem casa e estudo tem obrigação de lutar pela felicidade". Reclamar de tudo sempre é um péssimo hábito que me irrita bastante (estou reclamando!). De jeito nenhum penso que devamos ser acomodados. Resiliência é diferente de resignação. Resiliência - linda palavra. Refere-se à capacidade de adaptar-se às adversidades. De uns tempos para cá, tenho me estressado cada vez menos com os pequenos problemas do cotidiano, por que de fato não são "problemas" - são, no máximo, "transtornos" ou "incomodações". Conheço uma pessoa pela qual tenho grande carinho e admiração que perdeu aquele trágico vôo da TAM devido a uma dor de dente. Exemplo bem interessante. Pode ser interpretado de diversas formas, conforme a crença ou religião - ou mesmo a ausência delas (acaso?). Olha o Dalai Lama aí de novo: "Por vezes, não conseguir o que se quer pode ser um grande lance de sorte". Aham.

domingo, 6 de julho de 2008

Ou Isto Ou Aquilo


Estou me sentindo neste exato momento como a poesia da Cecília Meirelles "Ou Isto Ou Aquilo". Trabalhei bastante e cheguei bem cansada em casa. Bateu um desejo enorme de comer aquele salmão BBBB (bom, bonito e barato do boteco) que eu amo...Só que estou pensando que eu vou ter que (tomar banho - óbvio), me arrumar, dirigir...Lembrando que nosso vestir é bem mais trabalhoso que o masculino...Sem falar no sentimento de "Carpe Noitem" de quem passou um dia lindo como hoje confinada...Bem, enquanto eu decido por ficar no conforto do lar ou satisfazer a minha vontade gástrica, vou deixar a poesia do meu instante registrada aqui no blog.



Ou Isto ou Aquilo


Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.


Cecília Meirelles

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Al Pacino - Scent of a Woman

Da série "vídeos" (leia-se "falta de tempo para escrever").
Trabalharei bastante até segunda - vou fazer uma forcinha para postar algo até lá.
Enquanto isso, deixo para vocês essa cena do filme "Perfume de Mulher" , com a maravilhosa trilha sonora
"Por Una Cabeza" - Carlos Gardel.
Tango é a música mais linda e a dança mais sensual que há. Um dia, irei a Buenos Aires assistir a um show. Quem sabe não volto sabendo dançar? Difícil vai ser ficar com aquele ar "blasè" (escrevi certo?)...

Teste Sua Masculinidade

Trecho do impagável filme "Será Que Ele É?".
Teste in-fa-lí-vel - para quem está em dúvida, claro.

Boa sorte!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Amigos, Separações e O Garoto de Ipanema


Hoje jantei com quatro amigas que gosto muito. Sabe aquelas pessoas leves, divertidas, que te fazem rir até doer a barriga? Lembrei daquela frase: "Não é importante ser sério. É importante ser sério nas coisas importantes". Sair com elas é como fazer uma terapia em grupo - rir é o melhor remédio (o clichê mais verdadeiro que menciono aqui). Também conversamos de assuntos mais sérios - e o bom humor de verdade é aquele que consegue fazer graça até das situações tristes. Um dia desses, papeava com um amigo que contava que a ex-namorada o tolhia demais, reclamando quando queria sair com seus amigos. Já falei sobre isso aqui, mas é que hoje, observando algumas das minhas queridas amigas, me dei conta (mais uma vez) da importância das verdadeiras amizades. Disse a ele: "NUNCA permite que nenhuma mulher te afaste dos teus amigos". Amores caducam e amizades são perenes - tô inspirada hoje. Bem, nem todos os amores são perenes - os que não são, muito provavelmente têm como alicerce uma grande amizade. Andei pensando no real significado do amor. Não, não estou apaixonada - e se um dia estiver, já decidi ser mais discreta a respeito aqui neste blog. Retomando, então. Se tivesse que descrever a essência do amor em uma só palavra: desprendimento. Aquela frase do Dalai Lama: o melhor relacionamento é aquele onde o amor um pelo outro supera a necessidade de um pelo outro. Talvez não seja tão fácil na prática, porém...deveria ao menos haver um exercício diário para tal. Mudando levemente de assunto, ontem enquanto procurava uma foto do Selton Mello para ilustrar minha postagem, achei um vídeo dele sendo entrevistado pela Fernanda Young. Aliás, acho essa mulher estilosíssima. O Selton, na flor dos seus 35 aninhos, falava à Fernanda sobre as suas "neuroses". Especificamente, sobre as neuras de um homem solteiro. De uma certa forma, me identifiquei com ele. Mas só um pouquinho - ele me pareceu um pouco neurótico demais para alguém tão novo. Bem que a minha mãe disse que tinha assistido a uma entrevista dele e achado ele "com jeito de complicado" (seja lá o que isso significa). Refleti sobre as minhas próprias manias. Na realidade, sou meio desligada com essas coisas de arrumação. De vez em quando, tenho uns momentos "Amélia". Percebo que a bagunça está demais e dou uma ajeitadinha. De leve, para não descaracterizar o ambiente (risos). O Selton também falou do quanto é difícil as pessoas conviverem pacificamente com suas respectivas manias. E como estas tendem a se acentuar com o passar dos anos. O mais engraçado é que tenho a impressão, segundo relatos de pessoas que já dividiram seu espaço (com amigos ou cônjuges), que as coisas mais banais são as que mais irritam. Me lembrei de um amigo que só descobriu que a esposa era portadora de transtorno obsessivo compulsivo após casar - e não queria se tratar de jeito nenhum. Acabaram por se separar. E por falar em separação, lembrando que uma história sempre têm dois lados (e duas versões, portanto), me lembrei de um amigo que está tendo problemas com a ex-esposa. Excetuando-se os cônjuges "descornados" (onde poderia haver uma motivação para atingir o outro), considero lamentável os inúmeros absurdos que tenho observado na separação de alguns casais. O último que levou vantagem foi o ex da Madonna (para não dizer que só as mulheres deixam os homens "com as calças na mão"). Em um futuro não muito distante (e já vem acontecendo - só não sei do real valor legal disso), acredito que a tendência é que as uniões sempre ocorram baseadas em contratos formais. E será que vai sobrar algum lugar para o romantismo? Ah, vai sim. Haverá uma cláusula lá no finzinho do contrato com a promessa mútua de mantê-lo "até que a morte (neura/dinheiro?) os separe". Para o alto e avante, como diria o Super-Homem...
Ah! Vou lançar uma versão masculina daquela música famosa: "The Boy From Ipanema". Ficaria uma graça, né?

terça-feira, 1 de julho de 2008

Assuntos Aleatórios & Etílicos


Confesso que escrever hoje está sendo um ato de disciplina e compromisso. Estou bastante cansada (pós plantão) e foi difícil levantar do sofá quentinho para sentar aqui na frente do micro. Ainda mais agora que coloquei tv a cabo...Sorte que também amo ouvir música - as que tenho ouvido ultimamente estão no computador. Tenho andado bastante caseira ultimamente. A locadora de DVDs é "logo ali" e dá uma preguicinha de sair com esse friozinho...Tinha pensado em alguns assuntos para escrever, mas confesso que sonolenta não sou muito criativa. Dentre eles, cogitei em discorrer algo sobre a "Lei Seca" em vigor. Anteontem, fui a casa de uma amiga e estava com muita vontade de tomar UMA taça de vinho, todavia, não o fiz por que estava dirigindo. Fico indignada com esse radicalismo absurdo de botar todos no mesmo saco: o consumidor consciente (e moderado, portanto) e quem enche a cara, assumindo os riscos inerentes de se envolver em acidentes (?). Bem, já que toquei no assunto, vou mencionar um comentário que li que comparava essa lei com a história de se fechar os caixas eletrônicos para saques a partir das 23h. Não se tem competência para coibir a raiz do problema, então tomam-se providências paliativas, radicais e estúpidas. Não entro no mérito da questão que a maioria dos acidentes de trânsito sejam relacionados ao consumo (abusivo) de álcool, por que isso é fato. O negócio mesmo é se planejar e ir de táxi. Ou ter um amigo que não bebe para dirigir (mais fácil a primeira opção). Aliás, papeava com um taxista um dia desses e ele estava literalmente rindo à toa. Me contou que, em uma casa noturna aqui em Porto Alegre, onde antes da lei eram solicitados cerca de quatro táxis no sábado, agora estavam chamando cinquenta (!). Bah, mudando de assunto, lembrei agora que não comentei o filme "Meu Nome Não é Johnny". O farei brevemente, então. Vale a pena assistir a performance sensacional do Selton Mello. Lembrei da postagem que escrevi sobre o Wagner Moura em "Tropa de Elite". Ambos atores são extremamente carismáticos na tela, mas fora dela, o Selton ganha disparado em charme (termo geriátrico e atemporal). O Wagner pareceu tão "apagado" no "making off"...Os dois não têm uma beleza "padrão", por assim dizer. E qual é o impacto dos atributos estéticos sem o charme? É claro que é forte - e fugaz. Nossa, me desvirtuei totalmente da idéia inicial da postagem (que idéia?)! Pensando bem, o importante é que me empolguei para escrever...Agora vou voltar para debaixo das cobertas! Tchau!