segunda-feira, 14 de julho de 2008

Children See, Children Do

Nossa, é tanto assunto atrasado que nem sei se vai caber tudo numa postagem só. Estava sem cabeça para escrever ontem, então nem tentei. Já falei aqui daquele meu problema com textos inacabados (sempre os deixo pela metade).
Acabei de chegar da aula de espanhol. Muito bom! Como faz bem aprender coisas novas - e se forem além de úteis, agradáveis, melhor ainda. A idéia inicial de cursar pela manhã foi por água abaixo, pois não conseguiram número suficiente de alunos para formar uma turma nesse horário. Gostei que o grupo em que fiquei é bem eclético: tem uma engenheira de alimentos, duas enfermeiras, um fotógrafo e dois guris que acho que são engenheiros. A professora é uma senhora chilena muito querida. Me senti a "coroa" quando ela falou no Paco de Lucia e só eu conhecia. E por falar em aula, tinha me esquecido do quanto é custoso permanecer quieta, sentada e prestando atenção em algo por um tempo longo. Nada a ver com a professora - ela é ótima. Eu é que tenho déficit de atenção mesmo. O curso é intensivo, com duas semanas de duração. Achei perfeito, por que o grande volume de informações me obriga a prestar atenção e algo mais dinâmico combina bem comigo. Ao longo destas duas semanas vou fazer uma imersão em espanhol - ouvir ainda mais músicas nessa língua (estou ouvindo nesse momento "Podernos Hacernos Daños"- Juanes) e assistir a filmes e noticiários. Vou na locadora amanhã em busca dos filmes do Almodóvar que ainda não vi - que sacrifício!
Quanto ao fim-de-semana, foi de bastante trabalho. Ontem aconteceu uma coisa muito engraçada. Tinha acabado de contar aos auxiliares de enfermagem (duas pessoas maravilhosas e competentes, por sinal), que havia feito 3 anos de Taekwondo e um ano de Jiu-Jitsu. Eles acharam que eu estava brincando. Foi aí que eu chamei o próximo paciente e, para minha surpresa, era um ex-colega de Jiu Jitsu! Já estava casado e com filhos (como essa gente se reproduz cedo!). Ah! Achei um gancho para outro assunto. A mãe desse rapaz ficou encantada de eu estar tão bem humorada àquela altura do plantão. Quando ela saiu do consultório, ouvi ela dizer para uma senhora "A doutora que atendeu o "fulano" é a coisa mais queriiidaaa!". Não estou contando isso para "me atirar confete" - isso eu deixo para o Caetano Velloso e o Liam Gallagher (do Oasis). É que eu lembrei de uma conversa que tive na Redenção sábado com um conhecido (aquele amigo do amigo do amigo). Ele me contou das suas diversas experiências negativas em consultas médicas (como paciente - ele é publicitário e músico). Desde o que não o examinou até o que foi extremamente grosseiro. Lamentável. Alguns tentam justificar atitudes como essas com cansaço gerado pela carga horária excessiva e más condições de trabalho. Eu penso que nada disso serve como desculpa. É um comportamento inaceitável e ponto final. No meu plantão de domingo, presenciei o outro lado da moeda. Uma colega de outra especialidade foi agredida fisicamente por um paciente. Não sei exatamente em que circunstâncias foi o episódio, porém, fiquei muito triste ao saber. O desrespeito não ocorre como uma via de duas mãos somente na relação médico-paciente. Ele é generalizado. No mais recente congresso de geriatria que ocorreu na PUCRS, uma moça que fazia parte da organização (desorganização?) disse que havia sido ofendida diversas vezes por não deixar entrar mais pessoas em um dos auditórios, que já havia excedido sua lotação. Como se ela tivesse culpa pela falta de planejamento dos organizadores...A grosseria denota burrice. E uma ignorância prepotente, por que dificilmente ela ocorreria se a referida funcionária estivesse hierarquicamente acima do seu agressor. A consideração deveria ser uma linha horizontal, independente do "status" social ou econômico. Além de indicar a limitação de quem a comete, a falta de educação torna tudo mais difícil. Um sorriso, um "por favor"/"obrigado" - coisas que nossos pais nos ensinam, deveriam ser uma constante no trato com todos. Uma ressalva: estudos provam que aprendemos muito mais com o que vemos com o que escutamos. Procurar dar o exemplo - sempre. Lembrei de um vídeo que me mandaram: "Children See, Children Do" - vou postá-lo, para que vocês possam assisti-lo. E para finalizar, um trecho de uma música do Jack Johnson: "She knows the world is just her stage...so, she'll never misbehave"...Almost never - é errando que se aprende, não é mesmo?

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