sexta-feira, 30 de maio de 2008

Daniela Cicarelli


Comentário da Daniela Cicarelli ao conversar com o Datena sobre o policial pedófilo que suicidou-se: "Isso é falta de Deus no coração". Descaradamente puxando o saco do patrão (a Record pertence agora à Igreja Universal-lembram-se?). E aquele famoso mico de ser flagrada fornicando em local público? Seria falta de COM-POS-TU-RA? Não preciso de "Deus no meu coração" para ter discernimento. Considerei isso uma ofensa a quem não crê em Deus. "E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. João 12:47".
Acho que a Cicarelli tá precisando ler a Bíblia...rs

Muito Boa Essa...

Assuntos Aleatórios

São 6:14 da matina. Tomara que dê tempo de terminar de escrever esta postagem. Desisti de tentar descansar. O movimento está fraco, pois está frio. Frio mesmo. Fui buscar um café "Vanilla" no quiosque (carinhosamente apelidado de "metástase") e fiquei com pena da moça que estava atendendo. Ela me disse: "Os pés estando quentes, o resto fica quente também...". Concordo. Tenho pé-frio somente no sentido literal. Não consigo dormir sem meia com qualquer friozinho. Coisa de véia. Sou meio geriátrica mesmo...Estou ouvindo agora no kboing "The Winner Takes It All". Letra forte dessa música - nem tinha me dado conta até um amigo meu (geriatra-só podia) me dizer. Bah, que saudade que me deu dele agora...Foi meu colega na residência médica. O legal é que semana que vem (4 a 7 de junho) haverá o Congresso Brasileiro de Geriatria no campus da PUCRS. Vai ser ótimo rever os amigos, conhecer finalmente a Maria Clara (filhinha de 4 meses de um casal de amigos que amo muito)...Tudo isso sem o peso de fazer e esperar o resultado da prova de título. No final das contas, vou conseguir curtir tudo muito mais. Ah! E levar a minha amiga carioca para tomar Polar. Aliás, eu nasci no Rio de Janeiro, prá quem não sabe. Vim para cá com doze anos e toda a minha família é aqui do Sul. E com esse sotaque e com o amor que tenho por esta terra, já sou mesmo mais gaúcha do que qualquer outra coisa...Ops! Hora de trabalhar! Beijos e um ótimo fim-de-semana a todos!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

"É Difícil Ser Eu"


"É difícil ser eu." - dizeres na camiseta do Marlon Brando em "O Último Tango Em Paris". Ótima frase. Me identifico com ela até certo ponto, pois tudo na vida tem aspectos positivos e negativos. Retomando o assunto da postagem anterior, voltemos no túnel do tempo a 1998. Tinha dezenove anos e recém tinha entrado na faculdade de veterinária. As cadeiras básicas eram em comum com outros cursos. Logo, fiquei amiga de um estudante de medicina. Não nos desgrudávamos até que me dei conta que aquilo estava indo além de uma simples amizade. Me controlei o quanto pude, sendo apenas atenciosa e legal com o moço. Até que um dia, me virei para ele no meio da aula de "Introdução Ao Método Científico" (cadeira caça-níqueis)e disse: "Bah, sabes que não dormi direito essa noite (era verdade)?". Resposta: "Tava pensando no quê?". Minha declaração velada (olhando nos olhos): "A questão não é "no quê", mas "EM quem"...Diga a verdade e saia correndo. Foi o que eu fiz. Voei para o banheiro vermelha feito tomate. Passei no bar, comprei uma Coca e voltei. E sentei ao lado dele - que sorria, em completo mutismo. No final do período, disse que iria pensar bastante a respeito das minhas palavras. Bem, o desenrolar disso foi um namoro que durou muitos anos. Finalmente, uma recompensa pela minha ousadia, após anos e anos...Foi só o começo. Tempos depois, solteira novamente, voltava de um congresso em Curitiba, quando um rapaz sentado na sala de embarque me chamou a atenção. Entrei no avião e, por uma feliz coincidência, ele sentou-se ao meu lado. Engrenamos aquele papo. Aos quarenta e quatro dos 45 minutos de vôo, pensei: "Será que ele não vai pedir o meu telefone?". Não pensei duas vezes. Tirei um cartão da bolsa e falei: "Sei que não vais querer consultar com uma médica recém-formada, mas em todo o caso...". Dez dias depois, finalmente me ligou e saímos algumas vezes. Namoramos por 2 anos. Veja só - já são dois desfechos favoráveis. Acho que só mais um episódio vale a pena ser mencionado. Durou pouco, mas o início foi legal e rende um comentário. Conheci o rapaz em um bar da Cidade Baixa (lugar de festa estranha, com gente esquisita). Avistei de longe aquele par de óculos. Depois vi o que estava atrás do óculos. Nooossaaa! Ficamos naquela fase "cachorro-cuida-o-frango-girando" até que fui ao banheiro e vi que ele tinha tirado óculos - mas como??? Passei por ele e falei "Acho que deverias pôr teus óculos de volta - ficam bem em ti". O moço imediatamente o colocou e perguntou: "Tu gostas?". Daí...O resto é história. Bah, me lembrei do Carnaval. Estava chorando as pitangas por causa desse rapaz, quando fui intimada por duas amigas a ir à Guarda do Embaú. É aquela velha máxima de se chorar em um fusquinha ou em uma BMW...Ficamos presas na estrada por horas a fio-estávamos cansadésimas depois de tanta indiada (com direito a xixi no mato e picadas de formigas mutantes). Guerreiras, resolvemos sair. Novamente, bati o olho em uma criaturinha e simpatizei, digamos assim. Ficamos nos olhando um tempão, até que eu vi uma "mocréia" se aproximando dele. "Ah, não!!!". Me aproximei com um simpático "Oi! Tudo bom?". Após um longo papo de aquecimento global ao carinho em comum pela Redenção...Passei o Carnaval inteiro com o moço. Muito lindo, ele. Fui acusada pelas amigas de ter fisgado o homem mais bonito presente no recinto..."Mas que xalalá, héin, Beth???". Dei a dica prá amiga ler revistas como Galileu e Superinteressante...Tava lá a reportagem que recém tinha lido sobre "Aquecimento Global". Meio bastante complicadinho o rapaz. Eterno enquanto durou. O legal é que sempre sobram histórias para contar. A idéia desta postagem é bem mais ampla do que parece. É sobre as pequenas ousadias que compensam. Arriscar vale a pena. Tentar - até certo ponto, é claro. Dava risada agora vendo a frase de um amigo no msn: "Se a sorte te virar as costas, passa a mão na bunda dela!". Manter o senso de humor ao lidar com as frustrações é fundamental - foi o que entendi. E se a sorte não esboçar nenhuma reação...Aí é hora de dar as costas a ela também. Isso é bom-senso.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Betinha Cara-de-Latinha


Idéias de postagens que surgem conversando com pessoas interessantes. Resolvi escrever hoje sobre a minha cara-de-pau que me acompanha desde a tenra idade. Meio pejorativa essa definição. Sempre fui pró-ativa na realização dos meus desejos. O tempo me tornou um pouco mais moderada, é claro. A maturidade e as múltiplas cabeçadas nos tornam mais prudentes naturalmente. Mas eu acho que a minha essência não mudou tanto assim, não. Estou me referindo aos rapazes (termo geriátrico), especificamente. Tudo começou por volta dos cinco anos de idade, quando tinha uma paixão recolhida por um primo mais velho (história batida essa, né?). Tenho a nítida lembrança de um dia tê-lo dado um abraço e um beijo. Nas costas. Nada romântico, mas era o que estava ao meu alcance. Aos oito anos, evoluidinha, já sabia escrever. Então, abandonei o método primitivo. Resolvi pendurar cartas de amor no mural da sala de aula endereçadas ao Christian, um menino muito lindinho que estudava na mesma classe, só que no turno da tarde. Olha só a minha inocência de achar que ninguém mais a leria, além da pessoa a quem estava destinada...Devo ter feito muita gente dar risada...O gurizinho esse nunca quis nada comigo. Preferiu a coleguinha que tinha "Mullets" e era cleptomaníaca (roubava estojos). Aos doze anos, comecei uma série de declarações "ao vivo". E uma conseqüente série de "foras", claro. Uns bem educados. Outros, nem tanto. Tinha apostado com uma amiga (a Patty taí de prova) que iria gritar "Eu te amooooo!!!" na janela do coleguinha pelo qual eu estava gamada. Loirinho de olhos azuis e com olheiras. Graças a ele acho atraente esta característica até hoje (prefiro os morenos, hoje em dia). Resumo da ópera: tomei coragem, respirei fundo e com toda a força dos meus pulmões, cumpri o trato. Quem apareceu na janela? O irmão mais novo...No extremo do constrangimento, perguntei: "O Gustavo tá em casa?". Não, não estava. Paguei mico por nada, enfim. "Ovários (inoperantes) prá frente", eu diria. Cerca de um ano depois, lá estava eu apaixonada pelo "Salsicha" (magrinho e alto como o personagem do desenho). Novamente loirinho e de olhos azuis. Dessa vez, fui mais prudente: pedi para uma amiga avisá-lo que queria conversar no recreio. Esse menino foi tão querido comigo...Melhor se não tivesse sido! Com catorze anos, durante um casamento na casa de uma amiga mais velha, chamei a nonagésima paixão da minha vida com o mesmo propósito: dizer o que sentia. Detalhe: ele era um bom tanto mais baixo do que eu, então a noiva me emprestou um chinelo (sim, um chinelo)para o momento fatídico. Seis anos mais velho do que eu, disse que eu era muito novinha para ele e blá, blá, blá...Ok. Sou brasileira e não desisto nunca. Aos quinze, caí de amores por um colega que tocava violão. Horroroso ele, mas até que tinha algum talento (meu fraco por músicos vem de longa data). Éramos amigos até o dia em que me virei para trás e disparei: "Sabias que eu sou afim de ti?". Resposta (esdrúxula): "Tá. E daí?".
Essa frase rende piadas até hoje. Volta e meia a Patty (minha amiga desde os doze anos) a profere em resposta a algum questionamento meu...Depois dessa, me aquietei até os dezoito, quando me apaixonei pelo professor baitola (já contei aqui). Acho que é assunto demais para uma só postagem. A próxima será sobre fatos mais recentes, com o cuidado de preservar a identidades das criaturas. E terá desfechos mais felizes. Tudo tem o seu lado bom. Ainda bem, né???

Pode Sorrir Na Foto???


Hoje fui tirar uma foto para um crachá. Fotos 3X4 saem quase sempre estranhas (no mínimo). Normalmente, tem que se fazer uma cara séria. Então, a primeira coisa que perguntei para a moça foi: "Pode sorrir na foto?". Fiquei tão feliz ao ouvir que sim que a foto saiu legal de primeira. Dei aquela rebocadinha básica, é claro. Corretivo, rímel, blush e gloss. Ia fazer a foto ontem, porém, a minha cara inchada de pós plantão me desestimulou. Nada que umas boas horinhas de sono não resolvessem - funilaria natural.
Outra coisa que me trouxe muita felicidade hoje foi uma compra que fiz. "Namorava" há quase dois anos um quadro do Romero Britto (The Hug - o da foto). Como detesto comprar parcelado, esperei para adquiri-lo à vista. Procurei durante todo esse tempo um outro que pudesse ficar bem na minha sala. Não achei. Tinha pensado em um do Salvador Dali, mas não achei do tamanho que queria.
Vai ficar lindo. Deixar meu lar ainda mais aconchegante. Valeu a pena esperar.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Camisa de Futebol


Enquanto passeava na Redenção anteontem, passou por mim um casal. Ele usava uma camisa do Grêmio. Olhei de novo e...ops! Me deu um tchauzinho simpático e eu acenei de volta. Conheci esse moço ano passado, durante a festa dos 100 dias de formatura das minhas "sobrinhas", agora médicas também (meus orgulhos). Sempre achei lindo homens de camisa de futebol. Do Grêmio, então, é quase covardia. Usava um óculos modelo Ray-Ban, que é outra coisa que confere estilo. Depois que eles passaram por mim, dava risada sozinha. Me lembrei que o referido rapaz mentiu a idade quando me conheceu. Disse que tinha 28 quando, na verdade, tinha "dois patinhos na lagoa". Pior é que o guri era tão bom papo e tão inteligente que me enganou di-rei-ti-nho! Besteira, isso. Poderia ter dito a verdade. Também revi um preconceito que tinha graças a ele. Achava, até então, que todo o marombeiro era retardado (ou quase). Bem, na verdade ele não é exatamente um marombeiro, apenas "sarado" (que termo adolescentesco). Nunca mais nos falamos, mas fiquei feliz em vê-lo novamente. Tê-lo conhecido causou a quebra de alguns paradigmas - e isso sempre é válido.

Sorte do Dia


"Agora é a hora de tentar inovar".

Não sou supersticiosa, mas...
Hummmm...
Será mesmo?
Aguarde e confie, como diria o Didi!

domingo, 25 de maio de 2008

Mar-de-Rosas


A idéia para abordar este tema surgiu daquele casal que atendi no meu último plantão, mencionado na postagem anterior. A mulher era a paciente, na verdade. Eles já me causaram uma boa impressão ao entrar na sala. Deram um "Boa Noite, dra! A coisa tá complicada hoje, né?" Muito sorridente, me passou a impressão de que nem precisava consultar. "Tava com uma ardência para fazer xixi desde ontem. Aí fiz sexo com o meu marido e a coisa desandou!". Nesse momento, os dois se olharam com um ar cúmplice (safadinho?). Foi muito engraçado. Foi aí que eu não resisti e perguntei: "Vocês são casados há quanto tempo?". "Há quinze anos!". Não me segurei e proferi a minha clássica pergunta (ainda escreverei um livro com as respostas): "Qual é o segredo?". Ela disse: "Nos damos bem por que somos muito amigos, antes de tudo." O maridão completou: "Casamento não é prisão, não. A gente respeita as nossas individualidades". Comentei, então: "Puxa, que legal! Isso é tão incomum atualmente! Mas vocês hão de convir que as pessoas de modo geral não fazem boas escolhas, né?". Os dois assentiram com a cabeça. Bem, essa história foi só o gancho. Ouço com uma certa freqüência: "Tenho medo de ficar sozinha(o)...". Eu tenho um receio bem mais plausível: o de fazer uma escolha ruim. Claro que, atualmente, as coisas são muito mais simples quando não dá certo. Antigamente, era tudo muito complicado, principalmente para as mulheres. Minhas pobres ancestrais ficavam facilmente estigmatizadas em função de seu status conjugal e comportamento sexual. Outro dia assisti "Uma Rua Chamada Pecado", que é um filme da década de 50. Fiquei com a estranha impressão que as coisas não mudaram tanto assim. Tinha o papel de uma moça que era bem "avançada" para a época, digamos assim. Era a irmã mais velha e solteira da mocinha (a esposa do personagem do Marlon Brando). Ela só se encontrava à noite com os rapazes, para que não percebessem a sua idade. Algumas pessoas (mulheres, principalmente) ainda comportam-se como se tivessem prazo de validade. Outro dia, fui tomar um expresso no Mc Café e peguei uma revista "Nova" para dar uma folheada. Sempre encontro boas idéias de postagem lá - contestando aquele monte de merda, claro. Li uma matéria com o seguinte título: "Tenho 30 anos e estou solteira. O que fazer?" E o pior é as loucas que se prestam a dar depoimento. As que são capa na matéria então, nem se fala. Se eu fosse homem, colocaria cartazes com a cara delas penduradas por todas as casas noturnas com um aviso de "NEURÓTICA - CUIDADO". Sarcasmo à parte, é triste que pessoas cedam a esse tipo de pressão sem a menor crítica. Acabam aceitando menos do que mereceriam por comodismo (covardia?). Permanecem inertes em relacionamentos insatisfatórios e até patológicos. Claro que nada é um mar-de-rosas na vida. Como em outras instâncias, nem sempre um relacionamento está no auge. Todavia, o todo tem que compensar. Sempre. Gosto de fazer um paralelo com a minha profissão. Quando eu era estudante, com freqüência ouvia que ao chegar em "x" ponto da graduação iria "entrar em crise" e querer jogar tudo para o alto. Outra pérola era: "Com o tempo te tornarás fria e não suscetível ao sofrimento alheio." Nada disso aconteceu até hoje. Pelo contrário - minha profissão sempre foi um dos meus alicerces mais fortes. Penso que se um dia escolher (bem empregado o termo) alguém para estar ao meu lado, será algo parecido com a visão que tenho do meu trabalho. A alegria e o bem-estar proporcionados devem superar as adversidades. Num reencontro da minha turma de faculdade ano passado, papeei com a esposa de um colega meu de quem eu sempre gostei muito. Até um certo ponto da faculdade, tinha uma forte desconfiança que ele era um moço "casto", digamos assim. Mas foi só ele ficar com a guria (uns 6 anos mais velha do que ele, na verdade) que gamou e não desgrudou mais. Sugeri a ela que lançasse uma versão do "Kama Sutra" contando os segredos de tê-lo fisgado tão rapidamente. Dei muita risada quando ela disse "Às vezes ele tá mal-humorado em casa e MANDO ele ir jogar futebol com os amigos...Volta feliz e disposto que é uma beleeeza!". Bah, nem precisa explicar mais nada, né? Penso que a insegurança é um problema sério para muitos. No meu antigo perfil no Orkut, escrevi que importante é gostar dos defeitos, por que admirar qualidades é extremamente fácil e agradável. O conceito de "defeitos" é subjetivo, entretanto, vou me arriscar a abordá-los mesmo assim. Um dia me perguntaram se eu optaria pelo o excesso ou a falta de ciúmes. O meio-termo é sempre preferível, mas se não tivesse alternativa, escolheria a ausência dele. Essa característica para mim é de difícil manejo, por que não precisa de substrato para manifestar-se. Um ciumento patológico alimenta sozinho o seu próprio "monstro". Já recebi queixas de falta de ciúmes. Obviamente, partiu de um ciumento...Desnecessariamente desgastante isso. Tenho um certo trauma com gente pão-dura, também. Tive um namorado em 2003 (que com certeza não é leitor do meu blog) que só falava em dinheiro. Uma vez saímos e eu comprei três águas ao longo do passeio, pois era auge do verão. Dá prá acreditar que a criatura tomou metade das três e não se coçou para pagar nenhuma vez??? O meu limite máximo para aturar este ser foi três meses. Fui paciente, até. Ser comedido com os gastos é essencial. Dar o passo conforme a perna, por assim dizer. Mas quando vira mesquinharia, não tem jeito não. É doença mesmo. E pode ter certeza que vai se manifestar das formas mais diversas no funcionamento da pessoa. Sempre fui de dividir a conta - é questão de ser justa (e coerente), porém, um agrado eventual é uma questão de gentileza. Gentilezas que podem (e devem) partir da mulher também. Me desagradam também alguns "ismos": machISMO, fanatISMO, puritanISMO, comodISMO, radicalISMO (este engloba alguns dos anteriores). No final das contas, essencial é ter paz. Compartilhá-la então, melhor ainda. O amor é um dos pilares mais fortes e, paradoxalmente, mais vulneráveis. Pequenos e freqüentes sismos podem fazê-lo desabar, tal qual o efeito de um grande terremoto. Obs: nossa, como eu estou poética hoje...rs.

sábado, 24 de maio de 2008

Jaqueta Não É Motel !!!


Que dia feliz que está sendo hoje (ainda não acabou...). Estou ouvindo "Pro dia nascer feliz", do Barão Vermelho. Entrei com essa música na minha formatura da faculdade. A idéia inicial era entrar ao som de "Beth Balanço", mas ao pensar no conteúdo da letra (O teu futuro é duvidoso, eu vejo grana, eu vejo dor...), desisti. Bem, comecei o dia vencendo a preguiça. Fiz plantão à noite, que foi bem tranqüilo até. Atendi um casal super bacana, casados há quinze anos. Ter papeado com eles foi uma parte divertida do trabalho. Bem, isso é assunto para outra postagem. Retomando, acordei, digo, me atirei da cama, às onze e meia. Tomei o meu velho e bom capuccino e fui almoçar com meus pais. Dando uma de cachorro magro (nem tão magro assim), rumei para a Redenção tão logo terminei de comer. Estava com abstinência de sentar na grama e pegar um solzinho. Adoro a Redenção. Tenho um grande carinho por aquele lugar. É lá que eu recarrego as baterias. Fui sozinha, como com freqüência faço. Dei uma passadinha para comer aquela cocada ma-ra-vi-lho-sa do Maomé com um café expresso. Estava me sentindo extremamente bem de poder tirar o dia todinho para fazer o que quisesse. Outra passada obrigatória é numa barraquinha que vende umas velinhas perfumadas. Queimam até o fim com cheirinho. Gosto da de rosas, especialmente. Coloquei a minha toalha na grama e sentei (e deitei). Adoro ficar observando os transeuntes. É um lugar eclético em termos de gente. Tomei um susto quando abri os olhos e dei de cara com aquele senhor que fala com uma folhinha na boca. Ouvi um "boniiitaaaa" bem agudo e levei um belo "cagaço", em bom gauchês. Dei um sorriso amarelo, um tchauzinho e o sem-noção se foi (ufa!). O "momento Kodak", logo em seguida, foi o flagra que dei em um casalzinho de moscas copulando em cima da minha jaqueta (que linda é a natureza).O mais engraçado foi um pessoal que estava próximo me vendo fotografar a cena, rindo sozinha do meu ato sem propósito. Devem ter pensado que eu era mais uma maluca pertencente à "fauna" do parque. King Kongs à parte (transcendeu o mico), após, fui dar uma passeadinha para ver os "Gatos da Redenção" e fiquei papeando com outros dois "gateiros". Com o "telhado" já fervendo de tanto sol, fui buscar minha amiga e meu afilhado para irmos ao Iguatemi (leia-se Mc Donald's, onde tem o "brinquedão"). Papeamos bastante enquanto o piá se divertia. Somos amigas "deusde" (tigrês) os doze anos. Vê-la é quase como entrar no túnel do tempo, por que ela se veste exatamente da mesma maneira que há dezessete (!) anos. É metaleira desde criancinha e sempre usa roupas pretas. E agora, também é professora. Andar com ela pelos shoppings e parques é como estar com uma celebridade: é "Oi, Sôra!!!" a toda hora. Os alunos são adolescentes e têm uma enorme identificação com ela. Seguido a encontram nas filas dos shows de metal e é aquela festa. Bah, tenho um baita orgulho dessa guria. E ainda é uma excelente mãe. O mais engraçado é que as pessoas às vezes olham prá gente e acham que EU sou a mãe do meu afilhado. Então, por via das dúvidas, hoje vesti a minha camiseta preta dos "Simpsons" - sátira da famosa capa de "Abbey Road" (Beatles) e calcei um dos meus 3 amados pares de All Star (ambas tinha trocado os cadarços brancos por pretos). O guri tá muito lindo e esperto. Me contou, em segredo, que tem uma amiguinha com um "dom" especial. "Ela me hipnotiza", disse ele. A minha amiga me contou que ele é apaixonadinho por ela...Achei tãããããããooooo bonitinho o jeito que ele se expressou. E consegui filmar essa cena memorável. Na hora de ir embora, foi aquela choradeira de sempre. Mas o bom é que ele já entende bem as nossas mentirinhas úteis. "A Dinda tá de plantão e têm um montão de gente doente esperando por ela". Deu uma rançadinha, como de costume, porém, logo se aquietou. Cheguei em casa "de língua-de-fora" após a "tarde dinda". Acabei até desistindo de sair com alguns amigos, entretanto, valeu a pena. Acompanhar o desenvolvimento dele é extremanente gratificante para mim. Daqui a pouco, já estará entrando na faculdade...O tempo voa, afinal. Que bom.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

"Ovários Prá Frente"


Há algum tempo, venho me questionando dos prós e contras de se ter um blog, Orkut e afins. Dei um fim, recentemente, no meu antigo Orkut, com seus quatrocentos e tantos "amigos", por que estava me sentindo exposta. Fui descobrir um pouquinho tarde aquelas várias configurações de privacidade, que nem existiam quando o Orkut foi criado. Como ficaria complicado excluir somente alguns "amigos", resolvi sair. Conheço algumas pessoas que já tiveram sérios problemas com o Orkut, como perfis falsos criados com fotos obtidas no site e até ameaças de morte. Havia uma certa sensação de segurança quando o Orkut foi concebido, por entrar novos membros somente por meio de convite. Realmente falsa essa sensação. Me lembro de que há algum tempo a Polícia Federal estava investigando uma comunidade do Comando Vermelho (!). Aquela turminha que gosta de ligar para os celulares alheios exigindo resgate de falsos seqüestros deve perambular pelo Orkut também. Aliás, em 2006, tentaram aplicar esse golpe no meu pai, que ainda bem já sabia de sua existência e simplesmente ignorou a ameaça. Tive uma sensação incômoda de estar sendo vigiada quando conversei recentemente via msn com uma pessoa e ela usou um termo, entre aspas, exatamente como o havia feito em uma postagem escrita há pouco no meu blog. Com uma ressalva: esse alguém, enquanto esteve próximo, não era exatamente um leitor assíduo dos meus textos. Tenho sido cuidadosa com o conteúdo do meu blog. Andei me expondo um pouco além do que deveria sim. Exagerei no intimismo, por que a idéia não é de fazer um diário, mas sim, de escrever crônicas. Muito tênue esse limite. A idéia de abordar o assunto surgiu hoje, ao ler algumas postagens de 2 blogs que gosto bastante (não vou fazer propaganda, não-eles não precisam!). Pensei bastante também na repercussão dos textos na concepção que os outros têm de mim. Fiquei bastante satisfeita ao ouvir um comentário de uma pessoa que conviveu comigo por 2 anos: "Esse blog é coerente com a imagem que tenho de ti". Ainda bem. Parece que para alguns a idéia de ter um blog, Orkut e afins pode ser a de "vender o próprio peixe". Já fiz isso sim - admito. No momento, no entanto, não vejo isso como um objetivo. Na verdade, pode até provocar o efeito oposto - não é todo mundo que aprecia esse estilo "garota papo reto" (papo firme é da Jovem Guarda). Percebi o impacto que esses textos podem causar ao ler dois textos de outros dois blogs que costumo ler regularmente. Me deu um certo friozinho no estômago ao ler uma postagem, em especial. Pensei, então, a respeito do último texto que escrevi e em como é completamente enviesado o conceito que temos de nós mesmos. Tem uma amiga minha que vai se matar de rir ao lê-lo. Ela sabe que não sou tão racional quanto tento parecer. O meu diferencial é que o sofrimento não me faz psicotizar - entendeu??? Me abalo o bastante para "digerir" a situação. E só. Não é saudável jogar a sujeira para debaixo do tapete. "Ovários prá frente" (equivalente feminino de "Bola prá frente"). Ah! Um ótimo feriado a todos - merecemos, né?

terça-feira, 20 de maio de 2008

Neandertais & Diminutivos


Desde ontem, estava cheia de idéias para escrever, mas com uma certa dificuldade de organizá-las. Algo que ocorreu no meu plantão hoje provavelmente sirva como um bom gancho para as minhas reflexões. E uma musiquinha sempre ajuda também. Ah! Também fiquei empolgada com o comentário de uma amiga, que disse que o meu blog é intimista, porém, com temas familiares (comuns) aos demais. Essa é a idéia mesmo. Bem, vamos ao que interessa, então. Hoje atendi uma adolescente trazida pela mãe à consulta. Motivo: não queria comer e chorava copiosamente há quatro dias. Fator desencadeante: um pé na bunda do namorado. Ela estava bem abatidinha, magrinha e com olheiras. A mãe, preocupada, desejava inicialmente uma avaliação psiquiátrica, por achar que a filha estava deprimida. Expliquei, então, que apresentar "sintomas depressivos" é diferente de "estar deprimida". E que ela estava vivendo um luto. Anormal seria se ela estivesse com um humor incongruente com a situação. Lembrei da minha própria adolescência e início da vida adulta. Tive uma "paixonite aguda" por um professor (não digo de que para preservar sua identidade)quando eu tinha dezoito anos. Se não me engano, ele tinha uns trinta e seis na ocasião. Com a maior cara de lata, declarei a minha paixão por uma carta (tô ficando velha) e mandei flores (um arranjo de cravos brancos) para a casa da criatura. Até fiz amizade com a entregadora da floricultura, para que me contasse a reação dele depois. E ele, de fato, a-do-rou! Devia ter achado, na época, que tinham sido dadas pelo NAMORADO (!). Fui saber bem depois que ele era gay. E o pior que nem de metrossexual tinha jeito. Ainda bem que absolutamente nada aconteceu. Hoje em dia, dou boas risadas dessa história. Na época, nem tanto. Acho que enchi a paciência dos meus pais por conta da tal paixonite. Se eu tivesse a cabeça que tenho agora, as coisas teriam sido diferentes. Confesso que há uns quantos meses tive uma certa recaída (um hetero - ufaaa!), que passou tão rápido quanto começou. Por sinal, por causa do ocorrido, escrevi um dos textos mais bonitos que já fiz nessa minha breve carreira. Cheguei a publicá-lo no blog e o retirei posteriormente - postei no lugar "Imagem" (setembro de 2007). Outras pessoas passaram pela minha vida, desde então. Por "n" motivos, não permaneceram. Algumas por vontade minha e outras nem tanto. A vida é assim (ô clichêzão). Tive uma vontade de olhar para essa menina hoje e dizer: não faz isso contigo!!! Já fiquei triste por dor-de-cotovelo, é claro. Mas tem uma coisa que é diferente agora. Aprendi que não adianta insistir: ou é ou não é. Isso é a parte boa de ter uma certa vivência. Ela traz serenidade. E tudo fica bem mais fácil quando se sabe o que se quer. E o que não se quer, principalmente. Falando nisso, achei o "link" para um outro assunto que queria abordar. Ontem, me surpreendi com meu momento "elefantinha sincera" (olha o plágio!!!). Fui muito indelicada com uma pessoa. Muito mesmo. Dadas as circunstâncias de tamanha insistência, não poderia ter agido diferente. Eu ando com a tolerância bastante baixa para lidar com certos perfis. Resolvi me afastar de quem não serve. Escrevi as postagens "Bolsos e Barcos Furados" e "Desligue O Foda-se" baseados em atitudes alheias que respingaram em mim. Não acredito que os opostos se atraiam. Quero gente (bem pertinente essa palavra) perto de mim com princípios e valores semelhantes aos meus. Isso vale para todo e qualquer tipo de relacionamento interpessoal. Não sou dada a radicalismos. Bem pelo contrário. Justamente por ter a cabeça aberta é que acabei dando abertura a pessoas inadequadas (peguei leve nesse termo). Resolvi ser prudente e me proteger, simplesmente. Busco ser correta em todas as instâncias, pessoais e profissionais. Estou sujeita a erros, como qualquer mortal. O que diferencia é quando estes são deliberados, repetitivos. Resumindo: ter caráter ou não. Incompatibilidade tem limite. Vide itens 4, 6, 7, 9 e 11 da postagem acima.
Ah! E quanto à menina, pedi um exame para verificar se estava anêmica e tranqüilizar a mãe. Obs: o namorado dela terminou o relacionamento via mensagem de celular. Neandertalzinho...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Dalai Lama


Em um ímpeto consumista, comprei um quadro na Wall Street Posters. Me apaixonei pelos dizeres. Não deu prá resistir. Leiam e vejam o por quê:

Instruções Para A Vida (Beth's Translator Tabajara) - Dalai Lama

1) Considere que um grande amor e grandes conquistas envolvem grandes riscos;

2) Quando você perder, não perca as lições obtidas;

3) Siga os 3 Erres:

Respeito por você mesmo;
Respeito aos outros;
Responsabilidade pelas suas ações.

4) Lembre-se de que não conseguir o que se quer pode ser um maravilhoso lance de sorte;

5) Aprenda as regras; então você saberá como quebrá-las de forma adequada;

6) Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade;

7) Quando perceber que cometeu um erro, tome providências imediatas para repará-lo (adendo: e não o repita);

8) Passe algum tempo sozinho todos os dias;

9) Abra seus braços à mudança, mas sem abrir mão dos seu valores;

10) Lembre-se de que o silêncio às vezes é a melhor resposta;

11) Viva uma vida boa e honrosa, pois quando envelhecer e olhar para trás, será capaz de aproveitá-la pela segunda vez;

12) Uma atmosfera de amor no seu lar é a fundação da sua vida;

13) Em discussões com pessoas queridas, lide apenas com a situação atual. Não evoque o passado;

14) Compartilhe seu conhecimento. É uma forma de atingir a imortalidade;

15) Seja gentil com a Terra;

16) Uma vez ao ano, vá a algum lugar que nunca esteve;

17) Lembre-se de que o melhor relacionamento é aquele no qual o amor um pelo outro excede a necessidade de um pelo outro;

18) Julgue seu sucesso por aquilo que terá que abrir mão em prol de obtê-lo;

19) Trate amor e comida com desprendimento.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Bolsos e Barcos Furados


Os butiás continuam caindo dos meus bolsos. Descobri que eles estão furados. Culpa minha, então. Não existe "meio" anão, "meio" gay, "meio" grávida e aí por diante. O mesmo vale para valores pessoais: "meio" honesto, "meio" leal...As coisas/pessoas são como são. É a tal da "essência", que tanto já falei aqui. Preciso mesmo colocar essa percepção em prática. Outro dia, comentava com uma amiga que tomei a decisão de deixar de tentar ajudar algumas pessoas. Não tenho mais a pretensão de mudar ninguém. Ou aceitam-se as limitações, ou abandona-se o barco. Bem, certos seres humanos são como embarcações furadas, pelas quais a água entra insistentemente, a despeito do esforço (vão) de tentar retirá-la. De canequinha, então, nem pensar. Tentar remar até terra firme? Não. É longe e, portanto, arriscado demais. Sou brasileira. E desisto, às vezes. Deveria fazê-lo com maior freqüência. Por pura e simples auto proteção, que seja. Quando somos nosso próprio paradigma, pode ser difícil ver a malícia de certas atitudes. Não. É maldade mesmo. De "malícia", preciso eu. Tá na hora de costurar os bolsos. Sem protelações e antes que os furos aumentem. Como diria aquela falecida cantora (letra do Cazuza): "Quem sabe eu ainda sou uma garotiiiinhaaa(...)". Caindo na real. A-ham.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Sábias Palavras de Charles Chaplin


A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?

terça-feira, 13 de maio de 2008


Há tempos queria escrever uma postagem específica sobre o assunto, mas estava um pouco em dúvida como o abordaria. Minha postura/opinião a respeito de algo bem delicado: religiões, crenças e afins. Tenho uma certa ambigüidade em relação a isso. Percebi ontem, ao assistir novamente ao filme "Ghost". Faltou ver os "extras". Adoro ver os "making-offs" e entrevistas com atores e diretores. Foi um filme que me marcou bastante. Nem sei o por quê direito, porém, foi o suficiente para incluí-lo na minha "DVDteca" (cinemateca?). Outro do qual gosto bastante é "Cidade dos Anjos" - sobre este ainda vou escrever uma postagem específica. Duas produções com temática espírita. Eu, uma atéia, se emocionando com filmes que abordam temas como vida após a morte. Engraçado. Fui criada com liberdade de escolha (graças a ?). Meus pais não me impuseram nenhum tipo de religião/crença. Ficou ao meu critério fazer (sofrer?) primeira comunhão e catequese, apesar de ter estudado a partir dos meus doze anos (aqui em Porto Alegre) em um colégio de freiras. Paradoxalmente, esta escola era bem mais liberal do que a primeira que estudei, no Rio de Janeiro (sim, eu nasci na "Chinelândia"). Esta era comandada (literalmente) por um diretor milico e nazista, que acabou morrendo "sozinho e enfartado", como profetizou a minha mãe. Até cerca de um ano atrás, tinha um certo constrangimento de dizer que sou atéia. Acho que não tinha certeza se era mesmo. Tenho amigos e pessoas pelas quais tenho grande carinho e respeito que são "crentes" (crêem em Jesus)e sempre respeitei seus pontos de vista. Eu vejo Jesus como um personagem histórico, somente. Incrível que, conversando com uma amiga que crê na sua natureza divina, obtive algumas informações muito interessantes. Ela é uma mulher inteligentíssima, que estudou hebraico para ler a versão original da Bíblia. Fiquei impressionada ao saber que está escrito lá: "Adão penetrou Eva". E que, em nenhum momento, o envolvimento dos dois recebeu o cunho de "pecado". Tradução convenientemente distorcida, portanto. Um dia, li uma pesquisa que mencionava que o principal medo das crianças de até cinco anos é...Adivinha? a) Bicho-Papão b) O Véio do Saco c) Monstro do Armário d) Alexandre Nardoni e) Papai-do Céu. Acertou quem escolheu a letra "e". Acredito que ter uma crença pode ser algo muito positivo. Pode realmente trazer conforto. Diversas pesquisas já mostraram que os que crêem, seja lá no que for, lidam melhor com as sua doenças e podem até ter melhor chance de recuperação/cura. Pensei a respeito e cheguei a conclusão que sou uma pessoa de muita fé, apesar de não possuir uma crença ou religião específica. Sou extremamente otimista e acredito em mim. E mesmo já tendo me decepcionado algumas vezes (ninguém se escapa disso), ainda creio que há seres humanos bons. Conversava com uma grande amiga hoje, que sempre me dá ótimas idéias para as minhas postagens. Questionávamos a postura de alguns de colocar a culpa em algo "superior" pelas coisas que lhes acontecem. Principalmente quando são ruins/inconvenientes. É uma forma de funcionamento que soa infantil, por que é uma maneira cômoda de se eximir da responsabilidade. Claro que vários acontecimentos fogem à nossa vontade. Porém, somos diretamente responsáveis por várias de nossas opções: amigos, cônjuges, profissões...Tudo bem. Alguém pode argumentar que existem dificuldades (incluindo financeiras) que podem limitar a gama de alternativas. Lembrei da história de um advogado ex menino de rua. Ok. Talvez seja um exemplo extremo, mas belo mesmo assim. Li outra estatística hoje sobre divórcios. O percentual deles é menor entre casais ateus do que entre os demais, dotados de alguma crença/religião(não fiquei surpresa). Achei um vídeo no Youtube do programa "Sem Fronteiras" (da Globonews-nem sei se existe ainda). Tinha uma entrevista com um biólogo (inglês, se não me engano) chamado Richard Dawkins. Uma frase me chamou bastante a atenção: "É repugnante que algumas pessoas precisem de ameaças, recompensas ou castigos para serem boas". A palavra "repugnante" foi forte, mas ele está coberto de razão. Denota mesmo a grande fraqueza/carência humana. Como havia dito, tenho uma ambigüidade em relação ao tema. Lido constantemente com a morte. E vou tê-la cada vez mais presente, pela área específica da Geriatria que escolhi. Seria bem mais fácil acreditar que existe algo além do que nossos olhos vêem. Já cheguei a desejar uma prova concreta disso. Agora me sinto mais confortável, pois percebi que sei dar valor ao que realmente importa. Tenho espiritualidade, que é independente de qualquer rótulo. E deito com a cabeça bem tranqüila à noite no travesseiro. "A fé – um sexto sentido – transcende o intelecto sem contradizê-lo." - Gandhi

domingo, 11 de maio de 2008

Pacotinho

Cheguei há pouco de um plantãozinho de treze horas. Ontem já tinha feito doze. "Vendendo o corpinho", como diz uma amiga e colega de profissão. E foi um dia ótimo, mesmo trabalhando meio seqüeladinha de duas noites com menos horas de sono que o habitual (sou dorminhoca: 8-10 horas na cama me deixam inteiraça). Ontem, cheguei agitada em casa. Quando estou muito cansada, às vezes demoro um pouco a relaxar. Uma das coisas boas dessa profissão é que aprimorei a minha capacidade de lidar com o cansaço. Se vejo um lindo dia de sol, não consigo dormir o dia todo. Pego meu kit chimarrão, meu MP3 player e vou à Redenção. Nem que seja para desfalecer na grama, como aconteceu outro dia. "Carpe diem". Bom, hoje é dia das Mães e, obviamente, não pude almoçar com a minha. Sem "stress" - lá em casa o pessoal não é muito fanático por datas (ainda bem). Atendi muitas mães (e filhos) hoje. Ouvi algumas vezes a pergunta "A senhora é mãe?". Resposta: "Sim, tenho 3 filhos lindos peludos de quatro patas" - Rubinho, Japinha e Ritinha (meus três gatos, que moram com os "avós"). Minha mãe vive dizendo que o Rubinho ainda vai me processar por abandono de lar. Assuntos felinos à parte, em um dos intervalos, fui tomar um refri e tive a idéia de escrever uma postagem sobre outra lei da física: "dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço". Fiz uma analogia com sentimentos: dois não ocupam o mesmo espaço no coração. Pode parecer piegas, mas é verdade. Foi aí então que tive a idéia de fazer uma coisa que há horas tentava e não conseguia. O que foi, não vem ao caso. Um ato simbólico que representa a conseqüência de algo que aconteceu há poucos dias. Me senti tão bem - a música que ouço agora poderia ter sido a trilha sonora: "Rain Drops Keep Falling On My Head". Lindinha a letra. Transmite uma leveza como a que senti naquele momento. Voltei a trabalhar bem faceirinha. Por vezes, precisamos fazer algumas faxinas nas nossas cabeças. Como os dois sapatos que tirei do armário hoje para doar, por que não são mais adequados para mim. Estava faltando espaço para os meus novos, mais bonitos e confortáveis. Aliás, prezo demais este atributo. Proporcionar conforto não é prioridade apenas para os meus pés. É essencial à minha mente, sobretudo. Podemos escolher os que nos cercam, assim como nossos calçados. Não gosto de me estressar à toa. A presença de alguns seres é semelhante a um 38 apontado para a cabeça. E alguns, ainda mais sórdidos, se divertem brincando de "roleta-russa". Há quem goste. Transtorno de personalidade masoquista, provavelmente. Vem junto com o pacotinho da baixa auto-estima. Compra quem quer. Ah! Feliz dia das "Fabricantes" e aos seus bons "produtos"!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Emoções


Confesso: estou escrevendo por culpa, pura e simples. Acho que sou meio temperamental como escritora. Não é todo dia que estou com vontade. Estou com a auto-crítica um pouco alta nesse sentido. Por vezes acho as minhas postagens intimistas demais. Talvez devesse escrever mais seguidamente sobre assuntos mais amenos, como o filme que assisti hoje, por exemplo. "Bee Movie". Adorei. Filme prá criança que nada...Têm várias piadas que o público infantil não compreende. Grande sacada desses caras perceberem que criança não vai sozinha ao cinema. Importante cativar quem os leva também. Teve uma alfinetada a advogados no final sensacional - não conto para não estragar a surpresa de quem assistir. Poderia citar aqui diversos títulos "infantis" que curti mais que criança: "Monstros S. A.", "Procurando Nemo", "Schrek" (da trilogia, prefiro o primeiro), Lillo & Stitch (1 e 2), Os Incríveis, "A Era do Gelo" (1 e 2) e por aí vai. Tive uma certa resistência em ver o primeiro Harry Potter, confesso. Porém, depois, fiquei doida para conferir as seqüências. Outro que fui persuadida a ver na ocasião foi "X-Men". Novamente tive que me render. Se bem que "X-Men" não é exatamente voltado para a gurizada. Tem uma mensagem sobre preconceito maravilhosa nele. A trilogia de "Senhor dos Anéis" não foi exatamente amor à primeira vista. Fui no cinema sozinha, como faço seguidamente, sem olhar a programação. Comprei o ingresso com aquele espírito "não tem tu, vai tu mesmo" (português tosco). Depois de ver o primeiro, decidi assistir aos demais. Nem que fosse só para comentar e também, claro, ampliar minha cultura (ainda restrita) sobre cinema. Aliás, tenho alugado diversos filmes. Têm épocas que não assisto a nada. Aí daqui a pouco vem aquela febre e chego a ver 2 ou 3 no mesmo dia. Nas últimas semanas loquei "O Último Tango Em Paris" (aquele da "cena da manteiga"), "Perdas e Danos" (atuação fantástica da Juliette Binoche), "Cinema Paradiso" (a cena "Vai tomar no c*, Alfredo!" marcou época na primeira versão, segundo meu pai), "Uma Rua Chamada Pecado" (tradução infeliz de "Um Bonde Chamado Desejo"). Vou ter que fazer um comentário especial sobre este. Quis assistir para ver o Marlon Brando. Minha mãe tinha razão. Ele era lindíssimo mesmo (excluindo a voz, que era pavorosa - conseguiram piorá-la em "O Poderoso Chefão" enchendo as bochechas do ex-galã com algodão). Putz. A beleza dele era mesmo desconcertante. Não consigo lembrar de um ator hollywodiano atualmente que se equipare. Rosto quadrado, traços marcantes, uma boca bem desenhada (esculpida). Não era muito alto para os padrões atuais, mas tinha um corpão sim (com destaque para a região glútea - pena que o corte das calças daquela época não realçavam esse atributo). Eu diria: vai ser baixinho assim lá em casa. Se fosse nos dias atuais, mandaria "empalhar" (eu sei que este termo não se aplica a humanos)o Marlon Brando (e o Elvis no início da carreira). Que bobagem! Acho que agora deixei a minha mãe feliz. Ela já demonstrou ciúmes de eu ter citado meu pai aqui no blog. Vou comentar mais uma coisinha, então. Cresci ouvindo música por que a minha mãe mantinha o rádio ligado o dia inteiro em estações "geriátricas", digo, com músicas da época dela (agora a véia me enforca). Veio daí o meu gosto pelas músicas antigas. Bem, acho que pela música em geral. Reza a lenda que tinha uma canção do Roberto Carlos que eu e o meu irmão ouvíamos e chorávamos. Cada vez que começava a tocar, minha mãe corria para mudar a sintonia. Custei a admitir que aprecio algumas músicas dele (um dos critérios de amadurecimento - lembram?). Entrei na minha formatura da Geriatria ao som de "Emoções". Foi escolhida a dedo: tinha que ser uma canção geriátrica mesmo. E que eu tivesse certeza de que daqui a uns trinta anos ainda me emocionasse ao ouvi-la. Obrigada, Senhor# "perdi as contas" por herdar, além da língua afiada, a sensibilidade musical da mami. Obs: não chora, mãe!!!