terça-feira, 13 de maio de 2008


Há tempos queria escrever uma postagem específica sobre o assunto, mas estava um pouco em dúvida como o abordaria. Minha postura/opinião a respeito de algo bem delicado: religiões, crenças e afins. Tenho uma certa ambigüidade em relação a isso. Percebi ontem, ao assistir novamente ao filme "Ghost". Faltou ver os "extras". Adoro ver os "making-offs" e entrevistas com atores e diretores. Foi um filme que me marcou bastante. Nem sei o por quê direito, porém, foi o suficiente para incluí-lo na minha "DVDteca" (cinemateca?). Outro do qual gosto bastante é "Cidade dos Anjos" - sobre este ainda vou escrever uma postagem específica. Duas produções com temática espírita. Eu, uma atéia, se emocionando com filmes que abordam temas como vida após a morte. Engraçado. Fui criada com liberdade de escolha (graças a ?). Meus pais não me impuseram nenhum tipo de religião/crença. Ficou ao meu critério fazer (sofrer?) primeira comunhão e catequese, apesar de ter estudado a partir dos meus doze anos (aqui em Porto Alegre) em um colégio de freiras. Paradoxalmente, esta escola era bem mais liberal do que a primeira que estudei, no Rio de Janeiro (sim, eu nasci na "Chinelândia"). Esta era comandada (literalmente) por um diretor milico e nazista, que acabou morrendo "sozinho e enfartado", como profetizou a minha mãe. Até cerca de um ano atrás, tinha um certo constrangimento de dizer que sou atéia. Acho que não tinha certeza se era mesmo. Tenho amigos e pessoas pelas quais tenho grande carinho e respeito que são "crentes" (crêem em Jesus)e sempre respeitei seus pontos de vista. Eu vejo Jesus como um personagem histórico, somente. Incrível que, conversando com uma amiga que crê na sua natureza divina, obtive algumas informações muito interessantes. Ela é uma mulher inteligentíssima, que estudou hebraico para ler a versão original da Bíblia. Fiquei impressionada ao saber que está escrito lá: "Adão penetrou Eva". E que, em nenhum momento, o envolvimento dos dois recebeu o cunho de "pecado". Tradução convenientemente distorcida, portanto. Um dia, li uma pesquisa que mencionava que o principal medo das crianças de até cinco anos é...Adivinha? a) Bicho-Papão b) O Véio do Saco c) Monstro do Armário d) Alexandre Nardoni e) Papai-do Céu. Acertou quem escolheu a letra "e". Acredito que ter uma crença pode ser algo muito positivo. Pode realmente trazer conforto. Diversas pesquisas já mostraram que os que crêem, seja lá no que for, lidam melhor com as sua doenças e podem até ter melhor chance de recuperação/cura. Pensei a respeito e cheguei a conclusão que sou uma pessoa de muita fé, apesar de não possuir uma crença ou religião específica. Sou extremamente otimista e acredito em mim. E mesmo já tendo me decepcionado algumas vezes (ninguém se escapa disso), ainda creio que há seres humanos bons. Conversava com uma grande amiga hoje, que sempre me dá ótimas idéias para as minhas postagens. Questionávamos a postura de alguns de colocar a culpa em algo "superior" pelas coisas que lhes acontecem. Principalmente quando são ruins/inconvenientes. É uma forma de funcionamento que soa infantil, por que é uma maneira cômoda de se eximir da responsabilidade. Claro que vários acontecimentos fogem à nossa vontade. Porém, somos diretamente responsáveis por várias de nossas opções: amigos, cônjuges, profissões...Tudo bem. Alguém pode argumentar que existem dificuldades (incluindo financeiras) que podem limitar a gama de alternativas. Lembrei da história de um advogado ex menino de rua. Ok. Talvez seja um exemplo extremo, mas belo mesmo assim. Li outra estatística hoje sobre divórcios. O percentual deles é menor entre casais ateus do que entre os demais, dotados de alguma crença/religião(não fiquei surpresa). Achei um vídeo no Youtube do programa "Sem Fronteiras" (da Globonews-nem sei se existe ainda). Tinha uma entrevista com um biólogo (inglês, se não me engano) chamado Richard Dawkins. Uma frase me chamou bastante a atenção: "É repugnante que algumas pessoas precisem de ameaças, recompensas ou castigos para serem boas". A palavra "repugnante" foi forte, mas ele está coberto de razão. Denota mesmo a grande fraqueza/carência humana. Como havia dito, tenho uma ambigüidade em relação ao tema. Lido constantemente com a morte. E vou tê-la cada vez mais presente, pela área específica da Geriatria que escolhi. Seria bem mais fácil acreditar que existe algo além do que nossos olhos vêem. Já cheguei a desejar uma prova concreta disso. Agora me sinto mais confortável, pois percebi que sei dar valor ao que realmente importa. Tenho espiritualidade, que é independente de qualquer rótulo. E deito com a cabeça bem tranqüila à noite no travesseiro. "A fé – um sexto sentido – transcende o intelecto sem contradizê-lo." - Gandhi

3 comentários:

marcelo.luz disse...

legal o que escreveste mana! :o)
tem q ver o que tá o ator deste filme atualmente por causa do cigarro... procura no Google e te prepara pro choque...

Beth disse...

Vou olhar...só imagino! Me disseram ontem que ele está com câncer de pâncreas.
Tu tens um blog também???
Beijos e vê se visita e comenta com mais freqüência - conto com o apoio dos parentes para o sucesso deste blog...Ehehehehe

JC Baldi disse...

Eu não gosto nem de um, nem de outro filme...rs
É um assunto complicado de se abordar. Eu, sinceramente, associo crença com alienação...mas reconheço que a fé ajuda na recuperação de doenças. Bom, isso é científico mesmo...rs
O grande problema de quem crê num ser divino é que a vida deles normalmente gira em torno disso. E os outros parecem ETs. Eu não creio e não faço alarde do fato. Minha família se reúne nas festas, e tem um tio que puxa uma reza para tudo... Essa imposição incomoda.
Acho que a gente tem que acreditar num objetivo, no fato de que nós podemos alcançá-lo e não achar tudo depende lá de cima.

"Quem sabe faz a hora, não espera acontecer."