terça-feira, 27 de maio de 2008

Betinha Cara-de-Latinha


Idéias de postagens que surgem conversando com pessoas interessantes. Resolvi escrever hoje sobre a minha cara-de-pau que me acompanha desde a tenra idade. Meio pejorativa essa definição. Sempre fui pró-ativa na realização dos meus desejos. O tempo me tornou um pouco mais moderada, é claro. A maturidade e as múltiplas cabeçadas nos tornam mais prudentes naturalmente. Mas eu acho que a minha essência não mudou tanto assim, não. Estou me referindo aos rapazes (termo geriátrico), especificamente. Tudo começou por volta dos cinco anos de idade, quando tinha uma paixão recolhida por um primo mais velho (história batida essa, né?). Tenho a nítida lembrança de um dia tê-lo dado um abraço e um beijo. Nas costas. Nada romântico, mas era o que estava ao meu alcance. Aos oito anos, evoluidinha, já sabia escrever. Então, abandonei o método primitivo. Resolvi pendurar cartas de amor no mural da sala de aula endereçadas ao Christian, um menino muito lindinho que estudava na mesma classe, só que no turno da tarde. Olha só a minha inocência de achar que ninguém mais a leria, além da pessoa a quem estava destinada...Devo ter feito muita gente dar risada...O gurizinho esse nunca quis nada comigo. Preferiu a coleguinha que tinha "Mullets" e era cleptomaníaca (roubava estojos). Aos doze anos, comecei uma série de declarações "ao vivo". E uma conseqüente série de "foras", claro. Uns bem educados. Outros, nem tanto. Tinha apostado com uma amiga (a Patty taí de prova) que iria gritar "Eu te amooooo!!!" na janela do coleguinha pelo qual eu estava gamada. Loirinho de olhos azuis e com olheiras. Graças a ele acho atraente esta característica até hoje (prefiro os morenos, hoje em dia). Resumo da ópera: tomei coragem, respirei fundo e com toda a força dos meus pulmões, cumpri o trato. Quem apareceu na janela? O irmão mais novo...No extremo do constrangimento, perguntei: "O Gustavo tá em casa?". Não, não estava. Paguei mico por nada, enfim. "Ovários (inoperantes) prá frente", eu diria. Cerca de um ano depois, lá estava eu apaixonada pelo "Salsicha" (magrinho e alto como o personagem do desenho). Novamente loirinho e de olhos azuis. Dessa vez, fui mais prudente: pedi para uma amiga avisá-lo que queria conversar no recreio. Esse menino foi tão querido comigo...Melhor se não tivesse sido! Com catorze anos, durante um casamento na casa de uma amiga mais velha, chamei a nonagésima paixão da minha vida com o mesmo propósito: dizer o que sentia. Detalhe: ele era um bom tanto mais baixo do que eu, então a noiva me emprestou um chinelo (sim, um chinelo)para o momento fatídico. Seis anos mais velho do que eu, disse que eu era muito novinha para ele e blá, blá, blá...Ok. Sou brasileira e não desisto nunca. Aos quinze, caí de amores por um colega que tocava violão. Horroroso ele, mas até que tinha algum talento (meu fraco por músicos vem de longa data). Éramos amigos até o dia em que me virei para trás e disparei: "Sabias que eu sou afim de ti?". Resposta (esdrúxula): "Tá. E daí?".
Essa frase rende piadas até hoje. Volta e meia a Patty (minha amiga desde os doze anos) a profere em resposta a algum questionamento meu...Depois dessa, me aquietei até os dezoito, quando me apaixonei pelo professor baitola (já contei aqui). Acho que é assunto demais para uma só postagem. A próxima será sobre fatos mais recentes, com o cuidado de preservar a identidades das criaturas. E terá desfechos mais felizes. Tudo tem o seu lado bom. Ainda bem, né???

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