terça-feira, 20 de maio de 2008

Neandertais & Diminutivos


Desde ontem, estava cheia de idéias para escrever, mas com uma certa dificuldade de organizá-las. Algo que ocorreu no meu plantão hoje provavelmente sirva como um bom gancho para as minhas reflexões. E uma musiquinha sempre ajuda também. Ah! Também fiquei empolgada com o comentário de uma amiga, que disse que o meu blog é intimista, porém, com temas familiares (comuns) aos demais. Essa é a idéia mesmo. Bem, vamos ao que interessa, então. Hoje atendi uma adolescente trazida pela mãe à consulta. Motivo: não queria comer e chorava copiosamente há quatro dias. Fator desencadeante: um pé na bunda do namorado. Ela estava bem abatidinha, magrinha e com olheiras. A mãe, preocupada, desejava inicialmente uma avaliação psiquiátrica, por achar que a filha estava deprimida. Expliquei, então, que apresentar "sintomas depressivos" é diferente de "estar deprimida". E que ela estava vivendo um luto. Anormal seria se ela estivesse com um humor incongruente com a situação. Lembrei da minha própria adolescência e início da vida adulta. Tive uma "paixonite aguda" por um professor (não digo de que para preservar sua identidade)quando eu tinha dezoito anos. Se não me engano, ele tinha uns trinta e seis na ocasião. Com a maior cara de lata, declarei a minha paixão por uma carta (tô ficando velha) e mandei flores (um arranjo de cravos brancos) para a casa da criatura. Até fiz amizade com a entregadora da floricultura, para que me contasse a reação dele depois. E ele, de fato, a-do-rou! Devia ter achado, na época, que tinham sido dadas pelo NAMORADO (!). Fui saber bem depois que ele era gay. E o pior que nem de metrossexual tinha jeito. Ainda bem que absolutamente nada aconteceu. Hoje em dia, dou boas risadas dessa história. Na época, nem tanto. Acho que enchi a paciência dos meus pais por conta da tal paixonite. Se eu tivesse a cabeça que tenho agora, as coisas teriam sido diferentes. Confesso que há uns quantos meses tive uma certa recaída (um hetero - ufaaa!), que passou tão rápido quanto começou. Por sinal, por causa do ocorrido, escrevi um dos textos mais bonitos que já fiz nessa minha breve carreira. Cheguei a publicá-lo no blog e o retirei posteriormente - postei no lugar "Imagem" (setembro de 2007). Outras pessoas passaram pela minha vida, desde então. Por "n" motivos, não permaneceram. Algumas por vontade minha e outras nem tanto. A vida é assim (ô clichêzão). Tive uma vontade de olhar para essa menina hoje e dizer: não faz isso contigo!!! Já fiquei triste por dor-de-cotovelo, é claro. Mas tem uma coisa que é diferente agora. Aprendi que não adianta insistir: ou é ou não é. Isso é a parte boa de ter uma certa vivência. Ela traz serenidade. E tudo fica bem mais fácil quando se sabe o que se quer. E o que não se quer, principalmente. Falando nisso, achei o "link" para um outro assunto que queria abordar. Ontem, me surpreendi com meu momento "elefantinha sincera" (olha o plágio!!!). Fui muito indelicada com uma pessoa. Muito mesmo. Dadas as circunstâncias de tamanha insistência, não poderia ter agido diferente. Eu ando com a tolerância bastante baixa para lidar com certos perfis. Resolvi me afastar de quem não serve. Escrevi as postagens "Bolsos e Barcos Furados" e "Desligue O Foda-se" baseados em atitudes alheias que respingaram em mim. Não acredito que os opostos se atraiam. Quero gente (bem pertinente essa palavra) perto de mim com princípios e valores semelhantes aos meus. Isso vale para todo e qualquer tipo de relacionamento interpessoal. Não sou dada a radicalismos. Bem pelo contrário. Justamente por ter a cabeça aberta é que acabei dando abertura a pessoas inadequadas (peguei leve nesse termo). Resolvi ser prudente e me proteger, simplesmente. Busco ser correta em todas as instâncias, pessoais e profissionais. Estou sujeita a erros, como qualquer mortal. O que diferencia é quando estes são deliberados, repetitivos. Resumindo: ter caráter ou não. Incompatibilidade tem limite. Vide itens 4, 6, 7, 9 e 11 da postagem acima.
Ah! E quanto à menina, pedi um exame para verificar se estava anêmica e tranqüilizar a mãe. Obs: o namorado dela terminou o relacionamento via mensagem de celular. Neandertalzinho...

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