terça-feira, 6 de maio de 2008

Emoções


Confesso: estou escrevendo por culpa, pura e simples. Acho que sou meio temperamental como escritora. Não é todo dia que estou com vontade. Estou com a auto-crítica um pouco alta nesse sentido. Por vezes acho as minhas postagens intimistas demais. Talvez devesse escrever mais seguidamente sobre assuntos mais amenos, como o filme que assisti hoje, por exemplo. "Bee Movie". Adorei. Filme prá criança que nada...Têm várias piadas que o público infantil não compreende. Grande sacada desses caras perceberem que criança não vai sozinha ao cinema. Importante cativar quem os leva também. Teve uma alfinetada a advogados no final sensacional - não conto para não estragar a surpresa de quem assistir. Poderia citar aqui diversos títulos "infantis" que curti mais que criança: "Monstros S. A.", "Procurando Nemo", "Schrek" (da trilogia, prefiro o primeiro), Lillo & Stitch (1 e 2), Os Incríveis, "A Era do Gelo" (1 e 2) e por aí vai. Tive uma certa resistência em ver o primeiro Harry Potter, confesso. Porém, depois, fiquei doida para conferir as seqüências. Outro que fui persuadida a ver na ocasião foi "X-Men". Novamente tive que me render. Se bem que "X-Men" não é exatamente voltado para a gurizada. Tem uma mensagem sobre preconceito maravilhosa nele. A trilogia de "Senhor dos Anéis" não foi exatamente amor à primeira vista. Fui no cinema sozinha, como faço seguidamente, sem olhar a programação. Comprei o ingresso com aquele espírito "não tem tu, vai tu mesmo" (português tosco). Depois de ver o primeiro, decidi assistir aos demais. Nem que fosse só para comentar e também, claro, ampliar minha cultura (ainda restrita) sobre cinema. Aliás, tenho alugado diversos filmes. Têm épocas que não assisto a nada. Aí daqui a pouco vem aquela febre e chego a ver 2 ou 3 no mesmo dia. Nas últimas semanas loquei "O Último Tango Em Paris" (aquele da "cena da manteiga"), "Perdas e Danos" (atuação fantástica da Juliette Binoche), "Cinema Paradiso" (a cena "Vai tomar no c*, Alfredo!" marcou época na primeira versão, segundo meu pai), "Uma Rua Chamada Pecado" (tradução infeliz de "Um Bonde Chamado Desejo"). Vou ter que fazer um comentário especial sobre este. Quis assistir para ver o Marlon Brando. Minha mãe tinha razão. Ele era lindíssimo mesmo (excluindo a voz, que era pavorosa - conseguiram piorá-la em "O Poderoso Chefão" enchendo as bochechas do ex-galã com algodão). Putz. A beleza dele era mesmo desconcertante. Não consigo lembrar de um ator hollywodiano atualmente que se equipare. Rosto quadrado, traços marcantes, uma boca bem desenhada (esculpida). Não era muito alto para os padrões atuais, mas tinha um corpão sim (com destaque para a região glútea - pena que o corte das calças daquela época não realçavam esse atributo). Eu diria: vai ser baixinho assim lá em casa. Se fosse nos dias atuais, mandaria "empalhar" (eu sei que este termo não se aplica a humanos)o Marlon Brando (e o Elvis no início da carreira). Que bobagem! Acho que agora deixei a minha mãe feliz. Ela já demonstrou ciúmes de eu ter citado meu pai aqui no blog. Vou comentar mais uma coisinha, então. Cresci ouvindo música por que a minha mãe mantinha o rádio ligado o dia inteiro em estações "geriátricas", digo, com músicas da época dela (agora a véia me enforca). Veio daí o meu gosto pelas músicas antigas. Bem, acho que pela música em geral. Reza a lenda que tinha uma canção do Roberto Carlos que eu e o meu irmão ouvíamos e chorávamos. Cada vez que começava a tocar, minha mãe corria para mudar a sintonia. Custei a admitir que aprecio algumas músicas dele (um dos critérios de amadurecimento - lembram?). Entrei na minha formatura da Geriatria ao som de "Emoções". Foi escolhida a dedo: tinha que ser uma canção geriátrica mesmo. E que eu tivesse certeza de que daqui a uns trinta anos ainda me emocionasse ao ouvi-la. Obrigada, Senhor# "perdi as contas" por herdar, além da língua afiada, a sensibilidade musical da mami. Obs: não chora, mãe!!!

Um comentário:

JC Baldi disse...

Tuas postagens são intimistas, mas, normalmente, um blog é intimista.
E eu nem conto que gostava de uma música do Antônio Marcos quando era pequeno, mas não pequenino...

Mamãe lê o blog! hehe
Bjos