sábado, 9 de agosto de 2008

Sem Psicose, Por Favor...


"Don't be reckless with other people's heart"

Trecho do "Sunscreen" - vídeo postado no perfil do blog. Tradução: não seja leviano com o coração dos outros. Levo estas palavras com muita seriedade. O complemento é "Não ature gente de coração leviano". Bem, essa parte já não encontra-se tanto em minhas mãos, então procuro entender esse tipo de postura como uma limitação. Outro dia, conversava com um conhecido sobre o assunto. Ele mesmo acabou me admitindo que diversas vezes "sumiu" (efeito "Copperfield"), após dar-se conta que algum tipo de relacionamento não iria seguir adiante. Quem não lida bem com os sentimentos alheios é por que não consegue administrar os próprios - já disse isso aqui. Tenho a política de agir abertamente - sempre. Entendo o outro lado da moeda: há quem lide extremamente mal com a rejeição e, literalmente, "surte" ao ouvir um "não". Lembrei daquela canção francesa "Ne me Quitte Pas" ("Não Me deixe"). Não vejo lógica alguma nesse tipo de apelo. Até por que, se está sendo verbalizado, é por que o outro de fato já não encontra-se "presente". Falando assim, pode até parecer que eu sou um "iceberg". Muito longe disso. Me permito ficar triste quando acontece comigo, pois é importante metabolizar qualquer perda (?). Explicando o ponto de interrogação: só podemos "perder" o que um dia nos "pertenceu" (entre aspas, propositadamente). O que acontece, na verdade, é a frustração de uma expectativa. Aproveitando o gancho do "metabolizar", um dia desses papeava com uma amiga sobre as pessoas com "funcionamento macaco" - só largam um "galho" após ter outro em mãos. Viver o "luto" de um término de relacionamento me parece importante. Quando uma construção desaba, abre-se uma sindicância para apurar o por quê, certo? Faço um "mea culpa" que a vida, na prática, não é tão pragmática assim. Já presenciei relacionamentos novos darem certo sendo engatados na sequência quase imediata do término do anterior. Provavelmente, seja o reforço da idéia que tenho de que o sentimento de "solidão" independe do "status" conjugal. Mudando de assunto agora para o que deveria ter sido o tema inicial desta postagem. Fiquei bastante surpresa, recentemente, ao perceber que não somente certas mulheres, mas também alguns homens, agem como se tivessem prazo de validade. "Estou ficando velho" - ouvi isso da boca de um homem com seus trinta e poucos anos. Fiquei chocada. Tudo bem que talvez eu tenha o viés da minha profissão - meu parâmetro de "idoso" e "jovem" é diferente. Parecia a versão masculina da Bridget Jones (ele não sabe da existência deste blog e não terá acesso a este texto - espero). Não é a primeira vez que alguém nessa faixa etária me aplica o questionário "Você é uma boa esposa em potencial?"(no primeiro encontro): #1: Pretende se casar? 2#: Gosta de crianças? #3: Pensa em ter filhos? #4: É independente? #5: Ambiciosa? # 6: Preocupa-se com seu futuro profissional? #7: Gosta de animais? #8: Tem um bom relacionamento com a família/ainda mora com ela? #9: Gosta de sexo? #10: Bebe/fuma/usa drogas ilícitas?...Afffff! Meu lado crítico também vê esse calhamaço de perguntas como um clichê mais do que barato para (tentar) cativar uma mulher próxima dos trinta anos. Tenho um palpite que esses caras andam lendo revistas "Nova" e similares. Tudo bem, acho super saudável as pessoas conversarem abertamente com o intuito de se conhecerem. Mas assim, perde um pouco da leveza, não acham? Me senti como em uma pré-seleção de uma entrevista de emprego. E assusta mesmo a pessoas como eu, abertas a novas possibilidades. Expectativas, todos temos. Todavia, a forma como as externamos pode passar uma imagem de ansiedade (desespero?). E quem quer ser a "Tábua de salvação" do outro? Bah, isso me cheira fortemente a possibilidade de relacionamento não saudável. Me espanta, enfim. Sou muito espontânea e deixo claro quando aprecio a presença de alguém. Mas sem psicose, por favor...

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