sábado, 23 de agosto de 2008

Sedentarismo Saudável

<"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro".
Clarice Lispector

Iniciei a postagem com essa frase da Clarice Lispector por que hoje resolvi "cortar" um dos meus defeitos e me dei parcialmente bem (eu e o Roberto Carlos, que canta: "Se o bem e o bem existem..."). Após um longo período de sedentarismo, criei coragem e fui patinar. Convidei uma amiga que me acompanhou de bicicleta (caminhando ao lado da mesma?). Quando ela me encontrou, me disse: "Vi uma coisa de dois metros sobre patins...Só poderia ser tu!!!". Bah, tinha me esquecido como esse exercício demanda da musculatura das pernas. Patinei por cerca de uma hora e meia. Na meia hora final, comecei a sentir dor na coluna lombar. Não queria dizer isso aqui por que fica chato para uma geriatra, mas vá lá. Confesso que soltei a pérola "Estou ficando velha". Que feeeio pôr a culpa do meu descondicionamento físico na minha idade. Tudo bem, não sou mesmo mais uma guriazinha. É que até então me achava melhor fisicamente do que quando tinha 20 anos. Sim, sim. Está na hora de ir ao médico ver a causa dessa dor nas costas. Putz! Sou normal e não gosto de ir a médico (quem curte tem uma outra doença chamada hipocondria). "Casa de ferreiro, espeto de pau" (ditado geriatricamente pertinente). Bem, mudando de assunto, após meu momento esportivo desastrado (sem quedas de altura - pela minha estatura, transcenderia o "tombo"), fui jantar com a minha amiga e meu afilhado. Até que o piá estava calmo hoje. Levamos o "Monstrinho" (meu jeito "carinhoso" de chamá-lo) para se divertir em um brinquedo de uma lanchonete conhecida pelos seus baixos preços (me recuso a fazer propaganda daquela m****) - fui lá exclusivamente pela área de recreação. Tinha um guri com cerca de 5 anos que desceu o escorregador e deu uma "patada" no peito do meu afilhado. Parecia um míni tanque de guerra, ruivo e bem gordito. Na volta, quando já estávamos no carro, o "Monstrinho" me perguntou: "Dinda, por que tu não pegas o gordinho e corta a cabeça dele?". Ah, como são práticas essas crianças! Resposta: "Até que não seria uma má idéia. O problema que é contra a lei e a polícia me prenderia certo!". Trocando de foco novamente, após deixá-los em casa, passei em uma farmácia para comprar uma bolsa de água quente (mais um critério geriátrico para mim). Lá havia uma moça que perguntou ao balconista se dois remédios com mesmo princípio ativo "eram a mesma coisa" - um custava mais do que o dobro que o outro. Quando percebi a expressão "mais ou menos" na cara do funcionário, me intrometi na conversa me identificando como médica e disse "Sim, é a mesma coisa". Essa "empurroterapia", mesmo que velada, muitas vezes é parte de esquemas de comissionamentos sobre vendas de determinadas marcas. Não sei se o balconista estava agindo de má-fé. Na dúvida, cumpri o meu papel (dever?) de esclarecer aquela consumidora. Ela deu tchau e me agradeceu novamente. Entrei no meu carro e vim para casa. Cá estou eu, com a bolsa de água quente amarrada às minhas costas com um moleton. Tinha combinado com algumas amigas de sair hoje, porém, não vai ser possível. Ainda bem que para mim não é sacrifício. Alguns podem não acreditar, mas sou bem caseira. Curto ficar no meu cantinho, escrevendo, lendo ou simplesmente pensando na vida. Gostei dessa última opção. De vez em quando faz bem, né? Me voy, entonces! Hasta manãna!

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