quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Mentira


"As palavras da verdade são simples" - Eurípedes

Eu, que prego tanto a verdade, contei uma pequena mentira hoje. "Pregar" é um bom termo, por que se não dosamos a sinceridade, o impacto pode ser tão doloroso quanto o de um prego sendo martelado. Revisando conceitos, como sempre, percebi que a mentira pode ser um bom instrumento poupador de ferimentos desnecessários - desde que não se torne um hábito, claro. Até me deu uma vontade de ouvir uma mentirinha, por que lido melhor com fatos concretos (mesmo que sejam falsos). Metaforicamente, escolheria o inferno ao limbo. Especulações são desgastantes e errôneas em grande parte das vezes. Aí pode entrar o "papel social da mentira". Já mencionei aqui o quanto gosto de observar a linguagem corporal quando converso com alguém. Ontem, papeava com um amigo a esse respeito. Falávamos sobre meios de comunicação como MSN e afins. Até o velho e bom telefone é mais conveniente nesse sentido, pois é possível captar muitas informações só pelo tom de voz. A escrita isoladamente é bastante limitada e pode gerar interpretações equivocadas. Bem, se eu fosse levar essa percepção ao pé-da-letra, não escreveria mais aqui. "O que pensará sobre mim quem vier a ler este texto?" - "Closed Caption" do meu pensamento, neste instante. Calma aí quem me conhece pouco, então. Prefiro a verdade e costumo ser coerente nesse sentido. O que quis dizer é que a incerteza me inquieta, sobretudo. Não recomendo que ajam como eu com uma senhora que trabalhava em minha casa quando era criança: "A senhora precisa de uma plástica!". O retrato da sinceridade infantil, cruel pelo simples desenvolvimento precário do Superego (senso crítico). Quem já ouviu falar na Síndrome "Gilles de La Tourette"? Talvez eu tenha uma forma mais branda...Vai saber, né?

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