quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Macho

O assunto inicial desta postagem deveria ser reflexões sobre o que é realmente ser jovem. Acabei por ter vontade de escrever outra coisa ao papear com uma amiga muito especial, que, sem querer, volta e meia me ispira com suas idéias (se um dia eu me tornar famosa, vou pagá-la royalties-é assim que se escreve?). Falávamos sobre sexo sem compromisso (não espere um texto de conteúdo picante-não é esse o objetivo). Papeei um dia desses, via msn, com um rapaz (termo geriátrico) que considero um dos caras mais bacanas que conheci nos últimos tempos (vai fazê-lo bem ler o que escreverei aqui). Tive uma grande empatia por ele, por que homens que expressam seu sentimentos sem receio (enfrentando seus medos, na verdade), são surpreendentes por si só. Fiquei admirada de ouvir um homem verbalizar que sentia-se desconfortável com o sexo casual. Não exatamente nessas palavras, talvez. Mas foi o que entendi (pode existir um viés do observador aqui). Me contou como foi chegar em um lugar acompanhado, ciente do que iria acontecer e sentir como se houvesse algo fora do lugar. Confesso que, inicialmente, aquilo soou-me como uma visão "feminina". Depois, ao refletir melhor, me dei conta do quão absurdamente preconceituosa estava sendo (e existe algum preconceito razoável, por acaso?). Contradizendo a eu mesma, que há poucos dias havia dito a ele com a boca cheia que "não existiam homens e mulheres,e sim, seres humanos". Proferi essa frase em meio a um debate estúpido (olha quem fala) sobre qual dos sexos era mais orgulhoso. Fiquei com uma certa vergonha, por que parece que eu larguei uma simples "frase de efeito", sem ter parado para pensar sobre isso realmente. Pois bem, antes tarde do que nunca. Após viver 28 anos na pele de uma fêmea, comecei a desconfiar de que ser homem (macho), é muito complicado. Pressões sociais em relação a comportamentos afligem (e é bem esse o termo mesmo) ambos os sexos (e tem mais de dois? Segundo a cantora Simone, tem sim.). Lido de maneira relativamente tranqüila com isso (bem resolvida? Hummm...pode ser). Como já disse algumas vezes aqui, tenho empatia pelo "universo masculino" - se é que ele existe mesmo, ou é apenas uma jogada de marketing para vender revistas estereotipadoras ditas "femininas". Me lembrei de uma pérola que li recentemente:"dicas para homens: tirem primeiro as meias, DEPOIS as calças, pois um homem de cueca e meias fica ridículo". Quem seria a débil-mental que prestaria atenção NISSO numa hora dessas??? Arghhhhh! Dá vontade de mudar de gênero quando uma anta fêmea tem coragem de escrever tamanha asneira(e pior que alguém se presta a publicar)!!! Retomando o foco, após essa breve fuga de idéias: me solidarizo com esse perfil de homem (pessoa) sensível(!). Alguém deveria se sentir incomodado por assumir essa postura? É obvio que não! Se eu achava o mundo de solteira cão (um pouco menos, ao conhecer este ser diferenciado), estou tentada a pensar que ser solteir(O) pode ser tão ou mais complicado quanto. As mulheres, atualmente, têm espaço para assumir uma postura tanto liberal quanto mais conservadora(!). Conservadora não é bem o termo, porém sim uma tranqüilidade em respeitar seus sentimentos sem se sentirem coagidas pela "sociedade feminista". Se uma mulher mostra-se claramente disposta a sexo e não é satisfeita ("aquele" termo macularia a classe do meu texto), logo é tachado de GAY (no mínimo). Confessar o "crime" a um amigo, só se tiver quatro patas e latir...Os sem personalidade cedem à pressão e os que têm critério assumem o risco de serem rotulados - pejorativamente, é claro. Palmas prá eles. Por que tem que ser muito MACHO para arcar com as conseqüências. E prá concluir, sem querer ser maniqueísta: existem dois tipos de seres humanos - os que valem a pena. E os que são dignos dela. FIM!

Um comentário:

JC Baldi disse...

Sexo sem compromisso é complicado qdo está bem claro que é sem compromisso. Fica meio formal. Muitas vezes está rolando numa boa e ambos sabemos que é sem compromisso, mas que existe algum sentimento de parte a parte, mas deixar isso bem claro pode estragar tudo, pela mecanização da coisa, e é preciso, de alguma forma, sentimento para o sexo.

Existe uma pressão muito grande nesse universo masculino "sensível" de que é um erro ter envolvimentos sexuais/sentimentais/amorosos em detrimento de sair "traçando" todo mundo que se vê pela frente. Esta é umas das razões das reiteradas traições masculinas (embora existam outros elementos mais importantes a meu ver e embora a traição feminina já esteja quase no mesmo patamar).