domingo, 26 de outubro de 2008

"NEM TODOS QUE SÃO, AQUI ESTÃO; NEM TODOS QUE AQUI ESTÃO, SÃO"



Fazia tempo que não chegava em casa com vontade de escrever. Trabalhei ontem e hoje durante o dia. Dois plantões relativamente tranqüilos, considerando a média dos finais de semana. Cheguei ontem morta em casa. Só tive disposição de dar uma passadinha na locadora de DVDs. Comprei 3 coisas que me deram alguns bons instantes de felicidade: "O Feitiço de Áquila", clássico dos anos 80 com Michelle Pfeiffer e Matthew Broderick (este então quase uma criança), um pacotinho de M&Ms (com efeito terapêutico para a minha TPM -já disse isso aqui) e um saquinho de pistaches. Aliás, tenho uma teoria que pistaches são "diet", pois gastamos muitas calorias tentando abrí-los. Terminei o plantão hoje novamente "na capa da gaita". Mesmo super cansada, resolvi me divertir um pouco. Saí do hospital e fui direto à casa de uma grande amiga. Estavam lá mais duas meninas (olha o viés), uma das quais já é parte do nosso seleto grupo. Divertidíssimas e inteligentíssimas, sempre rola um papo legal. De amenidades a pensamentos profundos sobre a condição humana (que bonito isso). Conversamos, dentre diversas coisas, sobre a nossa dificuldade de lidar com assuntos mal resolvidos. Lembrei de um episódio em que uma amiga em comum sofreu uma decepção (lá vem...) e escrevia cartas para desabafar (leia-se: elaborar o processo). A intenção inicial era apenas organizar o próprio pensamento, porém, ela acabou por enviá-las ao destinatátio (destinotário?). Na verdade, acabou cometendo sem querer um ato de caridade, por que aliviou a culpa de quem a magoou. E que merda deve ser se sentir assim. Juro que pensei que essa guria deve ser a reencarnação da Madre Teresa de Calcutá, quando aceitou, recentemente, conversar com uma "amiga" que tinha sido uma legítima f.d.p. (estou com TPM - dêem um desconto ao meu vocabulário tosco hoje). Expliquei às presentes que meu empenho em deixar tudo sempre bem resolvido é uma questão de saúde. Engolir sapo me causa enxaqueca (99% das vezes). É sério! Por isso tenho uma necessidade tão grande de expressar meus pensamentos. Já brinquei aqui que tenho uma versão leve da Sìndrome de "Gillles de La Tourette" (se não sabes o que é, procura no Google). Realmente não acho que tudo deve ou pode ser dito, afinal vivemos em sociedade e blá, blá, blá...(assunto abordado anteriormente neste blog). Ouvi, há poucos dias, de uma pessoa mais vivida do que eu: "Ih! Nem começaste a viver ainda!". Posso até não ter a oportunidade de me expressar, mas tenho certeza absoluta que alguns compotamentos bizarros vão continuar me impactando até os 90 anos. Affff! Isso significa que tenho no mínimo mais sessenta anos para aprender a lidar com isso. Bem, existem dois motivos para se fazer terapia: para lidar com as próprias dificuldades ou para se criar mecanismos (saudáveis) de sobrevivência a este mundo insano. Pensando melhor, a lucidez é a pior loucura de todas, por que não tem cura! Para ilustrar esse paradoxo, posto esse vídeo do You Tube indicado por um querido colega Pediatra (valeu!).

* Dizeres em uma fachada de uma instituição psiquiátrica.

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