terça-feira, 11 de março de 2008

Demolidor


Após assistir a um DVD que um querido amigo me deu há algum tempo ("oldies" nem tão velhas assim...anos 80/90) e ouvir mais uma trilha sonora da minha vida (I don't want to, talk about it...how you broke my heart...), resolvi me sentar em frente ao computador e fazer uma "limpezinha" no meu Orkut. Comecei a olhar algumas criaturas e a me questionar o que faziam lá, se não acrescentavam absolutamente nada de bom à minha vida. Perdi o foco (isso o que dá escrever e fazer as unhas ao mesmo tempo). Bom, na verdade, vou mudá-lo de propósito. Pensei muito hoje no poder das palavras. Já escrevi sobre isso em uma postagem mais antiga. Me recordo de ter usado o termo "sinceridade desmedida". Prá ser sincera, nunca me arrependi de ter dito a verdade. Muito provavelmente magoei algumas pessoas nessa trajetória. Me recordo bem especialmente de uma, porém, não me arrependo, por que era muito nova e imatura para compreender o real impacto disso. Um dia até brinquei que optaria por ser violentada pela verdade a ser bolinada pela mentira. Nesse momento, após provar do próprio veneno, digamos assim, faria algumas ressalvas.Aprendi na faculdade de medicina o significado de uma palavra muito bonita: "empatia". Mais do que isso, entendi o seu valor. Significa a capacidade de colocar-se no lugar do outro. Um sincero sem empatia pode tornar-se um destruidor. Demolidor de amizades, de amores... de relações humanas, enfim. É como alguém que tem nas mãos uma Ferrari e não sabe dirigir. Corre o enorme risco de ferir aos outros e a si próprio, sobretudo. Resultado: o propósito inicial, por mais nobre que seja, deturpa-se. Para alguns, pode parecer um comportamento político. Não, não é. "A palavra é como a flecha lançada.". Podes te arrepender e tentar removê-la. E ao menos que seja como aquele cara inimigo do Schwarznegger(escrevi certo?) em "O Exterminador do Futuro", inevitavelmente ficará uma cicatriz. Nesse momento, estou com uma inveja dele...Nós, meros mortais, temos apenas nosso instinto de preservação. Gostaria de saber adotar a "resistência pacífica" do Gandhi. Mas reconheço as minhas limitações. Não sou tão evoluída assim. Que pena.

2 comentários:

JC Baldi disse...

Existe uma linha muito tênue entre sinceridade e crueldade, embora, olhando de início, sejam opostos bem distantes.
Nem todo mundo quer ouvir a verdade e nem sempre a gente tem que dizê-la...
O silêncio é de ouro muitas vezes.

Anônimo disse...

"Violentada pela verdade a ser bolinada pela mentira"?? Eu lembro dessa frase, ueheuheuhue

Mil beijos!