quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

"Gosto, mas tenho vergonha."

Da série: "Gosto, mas tenho vergonha." Lembrei dessa comunidade Orkutiana ao ouvir um amigo declarar que adora Xitãozinho e Xororó. Pensei: Afff...Tem gosto prá tudo! Crítica em relação ao meu próprio preconceito, percebi a estupidez do meu comentário. Gosto é gosto, afinal (desculpem o clichê). Comecei a refletir sobre preconceitos. Sobre um em especial, ao ouvir um amigo tentar justificar seus atos com argumentos frágeis. Esse indivíduo já foi citado nesse blog (aquele que me chamou da mulher mais "macha" que ele conhece, e que, na ocasião, considerava "o mais fêmea" dos meus amigOs). Acompanhei o "antes e depois" desse rapaz (como um "Extreme Makeover versão O Médico e o Monstro). "Antes e depois" de ser traído por sua mulher, ou melhor, pela mulher que se encontrava ao seu lado. Percebi o quanto uma deslealdade (um conceito bem mais amplo que "traição") pode abalar a auto-estima de alguém. Mas esse me parece dos males o menor...Tudo bem, talvez não tenha o "know-how" para versar sobre o assunto (ou acho que não tenho). Sempre penso holisticamente na repercussão (que lindo isso) de uma atitude qualquer. Tudo tem um "efeito dominó", digamos. E o que isso tem a ver com "Gosto, mas tenho vergonha"? É algo semelhante a "Gosto, mas tenho medo". Nem sei direito como explicar, porém surgiu essa associação nessa minha mente fértil (cheia de adubo?)...Vamos lá direto ao ponto (finalmente!!!), então. Me questionei por que apresentamos as nossas contas às pessoas erradas. Faz algum sentido cobrar de "siclano", se é "fulano" que está te "devendo"? Devedor: quem mentiu <=> enganou <=> decepcionou <=> magoou <=> chifrou <=> abandonou ...In-ter-mi-ná-vel essa lista...Voltando ao amigo, que está "apresentando a conta" à sua atual namorada. Metralhado (terapia do joelhaço) por mim e mais uma outra mulher muito, mas muuuuito braba, o pobre coitado (tenho minhas dúvidas) não conseguia argumentar de forma consistente ("Ai, eu abro a boca e só tomo nos dedos...").Pensei que talvez na época em que ele foi "contemplado" (chifre = consórcio), que seria benéfico que procurasse um psiquiatra. Hoje tenho minhas dúvidas...Paciente sem "insight" (o "dar-se conta", grosseiramente falando) dificulta bastante o trabalho de qualquer terapeuta. O meu amigo APARENTEMENTE se dá conta. Eu prefiro achar que não, por ainda considerá-lo "do bem" (maniqueísmo barato) e por sempre procurar entender as motivações de qualquer ato (relembrando: um assassinato é sempre um assassinato - o que muda são as motivações - em um julgamento, por exemplo). Talvez a minha forma de pensar tenha o viés de uma "não traumatizada". Posso apenas imaginar como reagiria. Meu palpite, me conhecendo bem, é que manteria essa postura. Sou muito otimista em relação à vida como um todo - não poderia ser diferente em relação às pessoas. Um dia desses, comentei com uma amiga (a "braba", supracitada) que por vezes me sentia como uma criança(pequena) que a mãe esbraveja "Papai Noel não existe, sua estúpida!!!". Existe um limite prá quebrar as ilusões, ou melhor, as expectativas, alheias. Mesmo quando o propósito é nobre (proteger, no caso). Entra aí de novo "Eu gosto, mas tenho medo". Medo de apresentar a conta a quem nada deve (prá ti, pelo menos)<=> medo de se expor <=> de se tornar vulnerável...Prato-feito para um belo boicote ao próprio bem-estar (proporcionado por uma consciência tranqüila, o que transcende o conceito de "felicidade").É a retroalimentação viciosa e sem crítica daquela sistemática de que não se gosta e DEVERIA se envergonhar (achei a conexão). E vê só que curioso: meu amigo "fêmea" se apaixonou pela minha amiga "braba"(!). Nem Freud arriscaria a explicar.

2 comentários:

JC Baldi disse...

Puxa, teu comentário "estúpido" estava certinho...rs
Nada de drama de consciência...hehe

Beth disse...

É que eu estava com a auto-crítica severa demais pelo momentâneo estado de espírito...Já passou!