sábado, 19 de maio de 2007

Obrigada, Senhor # 3

Estou muito satisfeita por ter encontrado um local para sair na noite que me agradou. Cheio o suficiente sem ser desagradável, banheiros sem fila (por que só uma mulher entende a combinação bexiga pequena + uretra minúscula), boa música e um preço justo. Claro que estar em companhia de amigos divertidos entra no conjunto da obra. Surpresa com meu repentino entusiasmo pela noite porto alegrense, me perguntei o por quê. Percebi então que quem estava diferente era eu. Apesar de ser uma pessoa sociável, não costumo me comportar assim em ambientes desse tipo. Não sei "flertar" (que termo geriátrico-melhor que paquerar, que é adolescentesco). Olhares insinuantes, sorrisinhos sexies, dançar com cabelos esvoaçantes mexendo os quadris...Até que eu tento, mas não sinto naturalidade nisso. Acabo por assumir uma postura defensiva, que soa antipática e até hostil. A minha percepção é que a imensa maioria das pessoas estão ali para suprir suas carências físicas, basicamente. Tudo bem. Ver tanta gente se beijando dá vontade também, mesmo que o teu plano inicial seja de apenas se divertir com os amigos. Parei de reclamar daqueles caras que já chegam "agredindo", sem nem querer saber teu nome e daqueles com papinhos batidos. Decidi ser a Beth (auto referência em terceira pessoa, como as celebridades falam). Sou objetiva, sincera (com quem também é), tenho senso de humor (sarcástico, com os que merecem), não economizo elogios (verdadeiros), sou simpática, romântica (nas circunstâncias pertinentes), adoro contar e ouvir histórias, evito julgamentos e não me anulo para parecer agradável . Se estou afim, verbalizo (morte às pseudo-conselheiras das revistas femininas!!!). Aquele amigo que me chamou de "mulher macha" me disse que posso sofrer os dois extremos das conseqüências: me dar muito bem ou quebrar a cara feio. Como sou uma otimista paradoxal (espero sempre menos dos outros, para mesmo o pouco parecer suficiente ou ótimo), prefiro arriscar. Servir minha cabeça em uma bandeja? Definitivamente não é o objetivo.
Se eu agisse de forma diversa, a probabilidade de atrair homens com perfis inadequados seria bem maior. É claro que os sociopatas (psicopatas) estão por aí (fiquei feliz em saber que esse temor não é só meu). Então, por questão de auto-preservação, uma dose adequada de malícia (não confundir com maldade) se faz necessária. Termino minha reflexão filosófica com a conclusão que sou mais autêntica sóbria do que ébria (obrigada, Senhor #3) .

Um comentário:

JC Baldi disse...

Todos somos...
A bebida derruba nossos alicerces e nos tira a convicção sobre determinadas coisas. E atrai as pessoas com perfis inadequados...